segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Com a crise, operadores do mercado recorrem à fé

O Jornal Nacional de ontem levou ao ar reportagem de Sônia Bridi dando conta da queda nas bolsas de valores européias e do clima de recessão que paira sobre o continente. A Alemanha está prestes a entrar em estagnação. Ali, investidores estão trocando ações por ouro. Na Inglaterra, o primeiro ministro Gordon Brown disse que a era dos bônus milionários pagos a executivos acabou.

Mas o interessante mesmo foi a seguinte declaração da repórter: “No centro financeiro de Paris, operadores do mercado recorrem à fé e a orações na hora do almoço.”

A revista britânica Economist cita as perspectivas do FMI para 2009. Segundo o fundo, a economia mundial está entrando em uma grave desaceleração no esteio da pior crise financeira desde os anos 1930. A recessão nos EUA, garante a publicação, pode não ser ainda oficial, mas está em andamento. Na Europa, a situação não é melhor. O Japão também está sucumbindo, e os mercados emergentes estão sendo castigados pela fuga de investidores pouco dispostos a correr riscos.

Numa análise além da crise financeira, o jornalista Rubem Dargã Holdorf avalia: “Voltando à questão a respeito do que pode estar além da economia como solução para a crise mundial, basta lembrar da proatividade papal na semana passada ao oferecer auxílio aos Estados Unidos. Visualiza-se, com perfeição, a tendência mundial dos governantes em falar a mesma linguagem. A maioria já se condicionou a aceitar as novas regras que venham a se estabelecer diante de um consenso global. A nova crise que se configura no horizonte não apresenta somente formas econômicas, mas recebe outros contornos de ataque à liberdade de expressão e consciência.”

Não seria essa crise a responsável por fazer o mundo ocidental se voltar para a fé como resposta aos problemas do capitalismo, como estão fazendo os operadores parisienses? Quem será que vai se aproveitar dessa predisposição ao espiritual? Quem viver verá (e se estudar o Apocalipse, entenderá).

Fonte - Michelson Borges

Nota DDP: Bem a propósito das questões supra consideradas e da conclusão do articulista, transcrevo notícia enviada pelo irmão Fernando Machado:

Na homenagem aos 50 anos da morte de Pio XII, papa acusado de não combater nazi-fascismo, Bento XVI afirmou que ele agiu em silêncio para salvar os judeus. Um rabino criticou a beatificação.

O Papa Bento XVI defendeu a beatificação do Papa Pio XII, que comandou a Igreja Católica durante e depois da Segunda Guerra Mundial. A correspondente Ilze Scamparini acompanhou, em Roma, o sínodo, reunião dos bispos católicos que começou no domingo. O sínodo dos bispos atravessa a sua primeira semana no meio da crise financeira mundial, que não deixou a Igreja indiferente. "Dinheiro não vale nada, só Deus é sólido", disse o Papa.

Fonte - Jornal Nacional
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