quarta-feira, 8 de outubro de 2008

UE: Redução de crédito será terrível


Et voilà. O temor cruzou o Atlântico. O Reino Unido declarou nesta quarta-feira a injeção de 50 bilhões de libras (o equivalente a US$ 87 bilhões) no mercado para proteger seu sistema financeiro da crise. Na terça, ministros das Finanças dos 27 países da União Européia reuniram-se às pressas em Luxemburgo, a fim de discutir medidas para enfrentar a crise global. Para tranqüilizar correntistas que já começam a sacar suas economias dos bancos do Velho Continente, os ministros europeus fixaram um valor mínimo de garantia dos depósitos bancários, 50 mil euros.

Thierry Foucault, PhD em Finanças e professor da Escola de Altos Estudos Comerciais de Paris (HEC, da sigla em francês - instituto que encabeça o ranking do jornal Financial Times das melhores instituições européias de estudos em Negócios), afirma que a crise de liquidez global já está forçando os bancos europeus a reduzirem o crédito:

- O Banco Central europeu injetou liquidez massiva no sistema interbancário, o que permite que os bancos emprestem dinheiro uns aos outros, para evitar o bloqueio completo do sistema - destaca Foucault.

O professor, que também já lecionou na Universidade de Oxford (Reino Unido) e é vencedor do prêmio de melhor jovem pesquisador francês em finanças, concedido pelo Instituto de Finanças Europlace, ressalta que a retração do crédito sinalizaria um "cenário terrível" para o continente.

- Em todo caso, a certeza é que a retração do crédito pelos bancos vai ampliar o quadro de recessão e trará taxas de desemprego ainda mais elevadas - sublinha.

Na última sexta-feira, 3, o ministro do Orçamento francês, Éric Woether, declarou que a França entrou em recessão, pois acumulou crescimento negativo em dois trimestres consecutivos. Nesta terça, no Brasil, o dólar fechou a R$ 2,31.

Um pacote de salvamento de mesma magnitude ao plano orquestrado pelo governo norte-americano ainda não tomou corpo na Europa, porém, a iniciativa do governo britânico evidencia que o matiz do sinal de alerta está enrubescendo. Outros países europeus já começaram a socorrer instituições em risco potencial de afogamento. Bélgica, Luxemburgo e França injetaram US$ 9,2 bilhões para ajudar o banco Dexia; o governo alemão declarou a polpuda ajuda de US$ 68 bilhões ao Hypo Real State, instituição hipotecária; enquanto na pequena Islândia, o governo assumiu nesta terça-feira, com dinheiro russo, o controle do Landsbankinn, segundo maior banco do país.
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Fonte - Terra Magazine
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