quinta-feira, 28 de maio de 2009

O teste de Obama

Os testes nucleares da Coreia do Norte são o primeiro desafio grave de política externa do presidente Barack Obama. Temia-se que ele viesse do mundo muçulmano, mas veio de outro país hostilizado pelo velho governo. É também um desafio para a liderança da China na região. Do ponto de vista econômico, mesmo pequena e isolada, a Coreia do Norte cria mais um peso num organismo debilitado.
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O presidente norte-coreano pode estar se aproveitando da crise econômica para fazer seu jogo. Os economistas já estão preocupados com a questão fiscal americana, com o déficit batendo em 13% até o final do ano. Tudo que Obama não precisa agora é mais uma frente de gastos, mais uma frente de batalha, mais um pântano no qual se afundar. Afinal, já há problemas suficientes internamente: todas as complicações que ainda sangram a economia.
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Obama tem que encontrar uma forma de tirar a economia da crise, mostrar que seu discurso de estender a mão ao mundo muçulmano, chamar adversários para a mesa de negociação e suspender a tortura e fechar Guantánamo tornarão o mundo um lugar mais seguro. Por isso, essa frente de problemas é tão indesejável e perturbadora.

O teste nuclear de uma ditadura desesperada, nos seus estertores, ameaçando o mundo, é um dado a mais de incerteza, numa economia que está justamente tentando superar o cenário nebuloso para iniciar a recuperação.

Fonte - O Globo

Nota DDP: Analisando esta conexão com as incertezas que assombram o mundo em nossos dias, transcrevo primeiramente parte da fala do Presidente do Banco Central brasileiro:

Ao comentar a recente apreciação da moeda brasileira, Meirelles afirmou que existe um "fenômeno mundial de desvalorização do dólar". Meirelles destacou que o real subiu 2,4% em relação ao dólar desde 8 de maio e o euro avançou 2,7% frente à moeda norte-americana no mesmo período. (Estadão)

Agora parte de uma matéria já postada neste blog, na fala do embaixador Jório Dauster:

(...) o próprio Obama tratou de adiantar seu orçamento lá para diante, a fim de mostrar que reconhece como será difícil impedir que o dólar se transforme em confete quando os Estados Unidos saírem desse buraco daqui a dois ou três anos.

A pergunta que fica para ser respondida pela história é: "Há interesse em se pulverizar o dólar em escala global?"
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