segunda-feira, 25 de maio de 2009

Presidente do Banco Mundial prevê crise por muito tempo

Nota prévia à leitura deste artigo: Robert Zoellick, presidente do Banco Mundial foi apontado para este cargo pelo ex-presidente americano George W. Bush; foi um apoiante da invasão do Iraque e do derrube de Saddam Hussein; foi diretor na Goldman Sachs, uma organização financeira cujos diretores ocuparam também cargos governamentais; é membro do Conselho de Relações Externas, da Comissão Trilateral e do Clube Bilderberg (esteve presente no encontro de 2009, realizado há pouco mais de uma semana). A entrevista foi dada ao El País, um dos principais jornais de Espanha, talvez o país europeu mais afetado pela crise económica.

'O presidente do Banco Mundial considerou, numa entrevista hoje publicada em Espanha, que a crise mundial poderá resultar numa «grave crise humana e social», se não foram tomadas a tempo medidas adequadas.

«Se não tomarmos medidas, existe o risco de se chegar a uma grave crise humana e social, com implicações políticas muito importantes. As medidas de relançamento podem ser determinantes», declarou Robert Zoellick ao jornal espanhol El Pais.

«O que começou como uma grande crise financeira e se tornou numa profunda crise económica, deriva actualmente para uma crise de desemprego», sublinhou.

«Se criarmos infra-estruturas que empreguem pessoas, isso pode ser um meio de associar estes desafios a curto prazo com estratégios a longo prazo», acrescentou Zoellick.

O presidente do Banco Mundial afirmou que dado «este contexto, ninguém sabe verdadeiramente o que se vai passar e o melhor é estar pronto para qualquer imprevisto».

«Existe aquilo que chamo o 'factor x' e que nunca vemos chegar, como a gripe» A (H1N1), acrescentou, alertanto também para outras «zonas de sombra»: «os perigos ligados ao proteccionismo e à dívida privada no mundo emergente, apesar das ajudas do FMI» (Fundo Monetário Internacional).

O presidente do Banco Mundial sublinhou que a recuperação económica tardará a chegar e quando ocorrer será de "baixa intensidade durante muito tempo" porque a indústria não tem escoamento e o desemprego vai continuar a crescer.

Zoellick considerou pouco provável que se repita uma depressão como a dos anos 30, embora "se acontecesse, seria terrível", com alto custo social, sobretudo nos países em desenvolvimento.

Por outro lado, disse que o primeiro-ministro espanhol, José Luis Rodriguez Zapatero, com quem se reuniu esta semana em Madrid, é "optimista por natureza" por acreditar que a recuperação "pode chegar antes do que se pensa".' (Diário de Notícias (negritos do articulista))

Fonte - O Tempo Final

Nota DDP: Um interessante aspecto desta questão se relaciona com as soluções vindas de roma neste assunto, os quais ele já apresenta abertamente ("Papa se solidariza com desempregados e pede 'humanização do mundo do trabalho'") e que deve se acentuar com a nova encíclica social.

Cabe ainda a leitura do post "O Papa reitera chamado a construir uma Europa fiel às raízes cristãs", afim de que se tenha uma perspectiva mais completa de onde todos estes elementos tendem a desaguar.
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