sexta-feira, 7 de março de 2008

Expoente muçulmano: «Vaticano leva Islã a sério»

ROMA, quarta-feira, 5 de março de 2008 (ZENIT.org).- «O Vaticano leva o Islã a sério e nós também o levamos a sério, por isso estamos aqui.» Assim se manifestou o professor Aref Ali Nayed, diretor do Royal Islamic Strategic Studies Center em Amã, Jordânia, na coletiva de imprensa final depois de dois dias de encontros de alto nível na Santa Sé para preparar um encontro católico-muçulmano em Roma no próximo mês de novembro.

«Estamos em um processo de cura», disse na concorrida coletiva de imprensa celebrada em um hotel perto do Vaticano na tarde desta quarta-feira. Nayed é um dos cinco participantes por parte muçulmana ao encontro técnico preparatório de novembro.
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O professor Nayed citou o valor que têm as encíclicas dos Papas, nos quais se valoriza a pessoa humana e sua dignidade, mais além de sua religião. Concretamente, disse que Bento XVI está nesta linha em suas duas encíclicas: «O Papa está preocupado pela dignidade do ser humano».
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O doutor Ibrahim Kalin, da Fundação SETA de Ancara, na Turquia, explicou que o protocolo da visita do mês de novembro dos muçulmanos ao Vaticano se concretizará «nas próximas semanas», pois agora se está trabalhando para conseguir a «paridade e a simetria» entre os membros de ambas religiões e ver como este encontro poderá ser um «sinal para demonstrar ao mundo a igualdade diante de Deus».

Fonte - Zenit

Nota DDP:
Não me canso de dizer que é surpreendente a capacidade deste Papa em causar desconforto com outros segmentos religiosos para logo em seguida estreitar relações com estes. É um paradoxo, mas denota uma realidade: A de que a ferida de morte ocorrida em 1798 vai se fechando com velocidade, porque não há como se negar que a cada retorno dos "ofendidos" ao diálogo com o Vaticano, implicitamente reconhecem a importância do Papado.

Da notícia em si três destaques, como supra sublinhado:

1) A consideração do processo de cura, que obviamente se refere ao relacionamento entre os dois segmentos, mas que endossa o posicionamento bíblico de que a ferida de morte, em seus mais amplos aspectos, haveria de ser curada;
2) O reconhecimento do valor das encíclicas papais, o que demonstra, como já há muito debatido neste espaço, que estas serviram, servem e servirão de parâmetro não só para o mundo católico e, o que se torna ainda mais relevante diante de uma iminente encíclica social e de uma eventual encíclica sobre lei natural.
3) A repetição do discurso papal de que a união, ele comumentemente fala dos cristãos, deva ser entendido como um "sinal" para o mundo.
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