Monica Prasad*
Em Evanston, Illinois
Todo mundo parece estar falando de um imposto sobre o carbono. Talvez seja o mais glamoroso -e certamente o mais improvável- uso do código de imposto desde que Al Capone foi preso por evasão de impostos.
A idéia é que os poluidores devem pagar pelo dano ambiental que causam. A teoria diz que basta criar um imposto sobre o carbono e haverá menos emissões de carbono, mais receita para o governo e maior independência energética, tudo ao mesmo tempo. Não é de espantar que os dois lados do espectro político o tenham defendido.
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O próximo presidente dos EUA certamente será mais compromissado com a política ambiental do que o atual, e o imposto sobre o carbono está no alto da lista de todo mundo. De fato, o imposto do carbono foi promovido a uma panacéia -é só lançar os incentivos econômicos e observá-los funcionar magicamente. Entretanto, a não ser que sejam tomadas medidas para trancar a receita longe dos políticos e investir em substitutos, o imposto sobre o carbono pode gerar mais receita em vez de menos poluição.
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Em vez disso, se quisermos reduzir as emissões de carbono, devemos seguir o exemplo da Dinamarca: taxar a emissão industrial de carbono e devolver a receita para a indústria por meio de subsídios para a pesquisa e investimento em fontes de energia alternativas, combustíveis mais limpos, tecnologias de captura de carbono e outras inovações ambientais.
*Monica Prasad é professora assistente de sociologia do Instituto de Pesquisa Política da Universidade Northwestern e autora de "The Politics of Free Markets".
Tradução: Deborah Weinberg
Visite o site do The New York Times
Fonte - Mídia Global
Nota DDP:
O imposto, assim como os pedágios, é sempre a primeira medida aventada, uma vez que alinha duas realidades doces aos governantes: o aumento de receita e o controle momentâneo do problema. O próximo passo, que advém de não se atingir os objetivos esperados, é limitar o fato em si, além de taxá-lo, como no caso dos rodízios de automóveis que tendem a se tornar cada vez mais severos. É a lógica do sistema. Parar totalmente a emissão de carbono por determinado tempo será uma medida absolutamente natural a ser tomada.