terça-feira, 19 de agosto de 2008

Aliança Ameaçadora

"Aqui estão dois países irmãos, unidos como um único punho", disse o socialista Hugo Chávez durante uma visita à Teerã, novembro passado, na celebração da sua aliança com o islâmico Mahmoud Ahmadinejad. Camilo, filho de Che Guevara que também visitou Teerã no ano passado, declarou que seu pai teria "apoiado seu país na sua atual contenda com os Estados Unidos". Eles seguiram os passos de Fidel Castro que numa visita realizada em 2001 disse aos seus anfitriões "Irã e Cuba, em cooperação entre si, podem fazer com que a América fique de joelhos". Por sua parte, Ilich Ramírez Sánchez ("Carlos o Chacal") escreveu no seu livro L'islam révolutionnaire (" Islã Revolucionário") que somente uma coalizão de marxistas e islâmicos pode destruir os Estados Unidos".
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Passando da teoria para a realidade, os marxistas vêem nos islâmicos um cumprimento estranho de suas profecias. Marx prevê que os lucros empresariais desmoronariam em países industriais, prontificando os patrões a comprimir os trabalhadores; o proletariado seria empobrecido, se revoltaria e seria estabelecida uma ordem socialista. Mas, ao contrário, o proletariado de países industriais se tornou cada vez mais rico e seu potencial revolucionário esmoreceu. Por um século e meio, o escritor Lee Harris observa, os marxistas esperaram em vão pela crise do capitalismo. Então vieram os islâmicos, começando com a Revolução Iraniana seguindo com o 11 de setembro e outras agressões ao Ocidente. Finalmente, o Terceiro Mundo já tinha começado sua revolta contra o Ocidente, efetivando as previsões marxistas-ainda que sob a bandeira errada e metas viciosas. O esquerdista francês Olivier Besançonneau, vê os islâmicos como "os novos escravos" do capitalismo e pergunta se não é natural que "eles devessem se unir com a classe operária para destruir o sistema capitalista". Numa época em que o movimento comunista está em "decadência", nota o analista Lorenzo Vidino e a jornalista Andréa Morigi, as "Novas Brigadas Vermelhas" da Itália na realidade reconhecem o "papel da liderança dos clérigos reacionários".
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Escrevendo no Spectator de Londres, Douglas Davis chama a coalizão "uma dádiva de Deus para ambos os lados. A Esquerda, outrora um bando encolhido de comunistas, trotskistas, maoistas e Castristas, agarra-se aos restos de uma causa perdida; os islâmicos podem adicionar fileiras e paixões, mas eles precisaram de um veículo para comprar terreno político. Uma aliança tática se tornou um imperativo operacional. "Posto de forma mais simples, um esquerdista britânico concorda: "Os benefícios práticos de trabalhar em conjunto são o bastante para compensar as diferenças".

A aliança germinando através dos esquerdistas ocidentais e dos islâmicos é considerada hoje como o maior desdobramento perturbador político, que impede os esforços do Ocidente de se proteger. Quando Stalin e Hitler fizeram seu pacto infame em 1939, a aliança Vermelho-Marrom posou um perigo mortal ao Ocidente e, realmente, para a própria civilização. Menos dramaticamente, mas não menos certo, a coalizão hoje posa a mesma ameaça. Como há sete décadas, esta deve ser exposta, rejeitada, resistida e derrotada.

Fonte - Daniel Pipes

[Colaboração: Gabrielle Medeiros]
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