O presidente da Conferência Episcopal da Irlanda afirmou que as convicções religiosas estão a resumir-se à esfera privada, negando a exposição das convicções e das instituições eclesiais ao espaço público.
O Arcebispo Armagh, Cardeal Sean Brady, lembra o referendo ao Tratado de Roma onde “alguns que no passado eram entusiastas sobre os objectivos da União Europeia, hoje sentem algum mal-estar”. As razões apontadas são “complexas”, afirmou o Arcebispo durante um encontro de políticos e economistas na cidade irlandesa de Ballina.
A perda de memória nas instituições europeias está na base “do mau estar”.
O Cardeal Brady afirmou que a Igreja “vê com preocupação esta atitude pragmática prevalecente” na União Europeia. “Este facto acaba por negar aos cristãos o direito de intervir nos debates públicos. O mesmo pode-se dizer quanto às posições assumidas em relação às pesquisas sobre as células estaminais, sobre as uniões homossexuais ou sobre a importância da família fundada no matrimonio e na cultura da vida".
O cardeal Brady destacou, por fim, que a cultura dominante e a agenda da União Europeia parecem ser guiadas mais pela “tradição secular do que pela memória e pelas heranças cristãs que pertencem à ampla maioria dos Estados membros”.
O Arcebispo indicou que “sem respeito à própria alma e à memória cristã, o projecto europeu perderá coesão social”.
Fonte - Ecclesia