terça-feira, 12 de agosto de 2008

O Tempo de Deus IV

ENTÃO DE QUE FORMA A PROFECIA DOS 430 ANOS SE CUMPRIU?


Bem, como vimos, a Bíblia diz que Deus fixou os anos da iniqüidade do povo de Israel em 430 anos. Mas a partir de quando Deus começou a contar os pecados do povo? Essa informação é fundamental! Olhando ao livro do profeta Oséias vemos claramente que essa informação está ali. Em Oséias 10:9,10 (NVI) está escrito:

“Desde os dias de Gibeá, você pecou, ó Israel, e permaneceu assim. Acaso a guerra não os alcançou em Gibeá por causa dos malfeitores (filhos de Belial)?
Quando Eu quiser, os castigarei; nações serão reunidas contra eles para prendê-los por causa do seu duplo pecado.”


Na versão em inglês GNB (Good News Bible), o verso 9 diz assim:

“O Senhor diz: O povo de Israel não parou de pecar contra Mim desde o tempo do pecado de Gibeá...”

Que pecado foi esse cometido por Israel e que causou uma guerra? O relato dessa história é terrível e está registrada em Juízes capítulo 19.

A História ocorreu quase no fim do tempo dos juízes, quando não havia rei em Israel. O texto do livro de Juízes relata a história de um levita, morador da região montanhosa de Efraim, que havia tomado por esposa uma concubina. Ela, porém, foi-lhe infiel e voltou para a casa de seu pai, em Belém.

Quatro meses depois, o levita foi buscá-la e na volta da viagem resolveu passar a noite na cidade de Gibeá, que pertencia aos benjamitas. O relato bíblico, em Juízes 19:14-18; 20-26 (NVI), prossegue da seguinte forma:

“Então prosseguiram, e o sol se pôs quando se aproximavam de Gibeá de Benjamim. Ali entraram para passar a noite. Foram sentar-se na praça da cidade. E ninguém os convidou para passarem a noite em sua casa.”

“Naquela noite um homem idoso procedente dos montes de Efraim e que estava morando em Gibeá (os homens do lugar eram benjamitas), voltava de seu trabalho no campo.”
“Quando viu o viajante na praça da cidade, o homem idoso perguntou: “Para onde você está indo? De onde vem?”
“Ele respondeu: ‘Estamos de viagem, indo de Belém de Judá para uma região afastada, nos montes de Efraim, onde moro. Fui a Belém de Judá, e agora estou indo ao santuário do Senhor. Mas aqui ninguém me recebeu em casa.’”
“Você é bem-vindo em minha casa’, disse o homem idoso. ‘Vou atendê-lo no que você precisar. Não passe a noite na praça.”
“E os levou para a sua casa e alimentou os jumentos. Depois de lavarem os pés, comeram e beberam alguma coisa.”
“Quando estavam entretidos, alguns vadios da cidade [filhos de Belial] cercaram a casa. Esmurrando a porta, gritaram para o homem idoso, dono da casa: ‘Traga para fora o homem que entrou em sua casa para que tenhamos relações com ele!”
“O dono da casa saiu e lhes disse: Não sejam tão perversos, meus amigos. Já que esse homem é meu hóspede, não cometam essa loucura. Vejam, aqui está minha filha virgem e a concubina do meu hóspede. Eu as trarei para vocês, e vocês poderão usá-las e fazer com elas o que quiserem. Mas, nada façam com esse homem, não cometam tal loucura!”
“Mas os homens não quiseram ouvi-lo. Então o levita mandou a sua concubina para fora, e eles a violentaram e abusaram dela a noite toda. Ao alvorecer a deixaram.”

“Ao romper do dia a mulher voltou para a casa onde o seu senhor estava hospedado, caiu junto à porta e ali ficou até o dia clarear.”


NOTA: Filhos de Belial significa pessoas sem restrição moral ou espiritual; filhos da maldade, filhos da perversidade, filhos do Diabo!

Quando o levita levantou-se de manhã, apanhou a concubina e a levou para casa, onde morreu. Após sua morte, o levita cortou o corpo dela em 12 partes e as enviou a todas as regiões de Israel. Todos os que ficaram sabendo do caso se revoltaram pelo que havia acontecido ao levita. Em Juízes 19:30 (NVI) está escrito:

“Todos os que viram isso disseram: Nunca se viu nem se fez uma coisa dessas desde o dia em que os israelitas saíram do Egito. Pensem! Reflitam! Digam o que se deve fazer!”

A Bíblia diz que, a seguir, todos os israelitas “saíram como um só homem e se reuniram em assembléia perante o Senhor, em Mispá”; e ali se uniram contra a cidade.

Os israelitas pediram que os moradores de Gibeá entregassem os assassinos da concubina para que assim fosse eliminado o mal do povo. Os benjamitas, porém, não aceitaram; o que resultou numa guerra. O relato bíblico diz que não somente a cidade de Gibeá foi queimada, mas outras cidades (que também pertenciam aos benjamitas) foram destruídas. Tanto essoas quanto animais foram mortos.

Somente 600 benjamitas homens escaparam da morte, eles haviam fugido para o deserto.

Esse triste episódio nos faz lembrar de Sodoma, Gomorra e as cidades vizinhas. O pecado mais comum nessas cidades era a violência sexual, não se respeitava ninguém!

E a pergunta que se faz, agora, é: QUANDO A CIDADE DE GIBEÁ FOI DESTRUÍDA? Pois bem, a cidade de Gibeá foi destruída em 1200 a.C.

O Dr. W. F. Albright (1922-23), principal autoridade em arqueologia da palestina, “encontrou nas ruínas de Gibeá uma camada de cinzas, de um incêndio ocorrido cerca de 1200 a.C.”. (H. H. Halley, Manual Bíblico, pág. 163)

Então contando 430 anos a partir do ano 1200 a.C. chegamos a 770 a.C. Segundo a profecia, nessa data (770 a.C.), Deus começaria a castigar Seu povo pelos pecados cometidos ao longo desse tempo. Todavia, não encontramos nenhum fato relevante que prove isso. Mas é aqui que aparece a justiça de Deus.

O mesmo TEMPO DE ESPERA concedido às nações pagãs, antes delas serem expulsas de Canaã, também foi concedido ao povo de Israel.

Interessante, mas na Bíblia sempre aparece um tempo de espera. É como se Deus desse um tempo extra, especialmente quando se refere a um tempo determinado para executar um juízo, como se fosse uma última oportunidade, um tempo final, concedido para ver se haverá um arrependimento e mudança de atitude por parte de uma determinada nação ou povo. Por exemplo, quando Deus falou ao profeta Habacuque sobre a destruição do reino de Judá e da cidade de Jerusalém, Ele disse:

“Escreve a visão e torna-se bem legível sobre tábuas, para que a possa ler quem passa correndo.”
“Pois a visão é ainda para o tempo determinado, e se apressa para o fim. Ainda que se demore, espera-o; porque certamente virá, não tardará.”
(Habacuque 2:2,3)

Na Nova Versão Internacional, esse mesmo texto diz assim:

“Escreva claramente a visão em tábuas, para que se leia facilmente.”
“Pois a visão aguarda um tempo designado; ela fala do fim, e não falhará. Ainda que demore, espere-a; porque ela certamente virá e não se atrasará.”

Então da mesma forma que aos amorreus, depois dos 430 anos, foi dado mais 38 anos de espera, antes de serem expulsos, devemos também considerar esse mesmo tempo em relação ao povo de Israel; até o momento em que os israelitas também começaram a ser expulsos de Canaã, pelos mesmos pecados que aqueles povos cometiam. Veja o quadro a seguir:

Pois bem, o que ocorreu em 732 a.C? Em 732 a.C. a Assíria, como instrumento de Deus, invadiu o reino do norte (a “casa de Israel”) e levou, como prisioneiros, centenas de judeus.

Dessa forma, nessa data, o povo de Israel começou a ser expulso de Canaã! Em Oséias 10:9,10 (NVI) está escrito:

“Desde os dias de Gibeá, você pecou, ó Israel, e permaneceu assim... Quando Eu quiser, os castigarei; nações serão reunidas contra eles para prendê-los por causa do seu duplo pecado.”
O povo de Israel começa 1200 a.C. a ser expulso de Canaã Gibeá é destruída 732 a.C.

430 anos + 38 anos (tempo de espera) = 468 anos 770 a.C.

Pouco mais de um século depois, o reino de Judá (a “casa de Judá”) sentiu o juízo de Deus, quando o reino de Babilônia invadiu Jerusalém e também levou centenas de prisioneiros. E ao tempo de Ezequiel, quando o povo já estava cativo em Babilônia, Deus finalmente avisou que Jerusalém seria totalmente destruída pelos babilônios, o que efetivamente ocorreu.

Dessa forma, o primeiro reino usado por Deus para executar juízo sobre o Seu povo foi a Assíria e depois Babilônia. E o profeta Jeremias expressou muito bem o significado de levar as iniqüidades da nação sobre si. Em Lamentações 5:7-9 está escrito:

“Nossos pai pecaram, e já não existem; e nós levamos as suas iniqüidades.”
“Escravos dominam sobre nós... Com perigo de nossas vidas obtemos o nosso pão, por causa da espada do deserto.”


Finalmente, Deus executou o juízo sobre o Seu povo! Agora eles deveriam levar sobre si as iniqüidades, mas por quanto tempo? É o que veremos no estudo “Até Setenta Vezes Sete”.

Continua . . .
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