quarta-feira, 1 de outubro de 2008

«Política tem necessidade do cristianismo»

ROMA, terça-feira, 30 de setembro de 2008 (ZENIT.org).- «A política tem necessidade do cristianismo» na hora de responder aos desafios da globalização, pois ele sintetiza em si mesmo a razão, a fé e a vida, encarnando assim um forte anseio universal, afirmou hoje o cardeal Tarcisio Bertone, no encontro sobre «O século das crenças», por ocasião da apresentação do último número da revista «Aspenia», jornal trimestral de política internacional do Aspen Institute Italia.
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«Nunca estive de acordo com quem sustenta que a política é inútil porque promete construir pontes inclusive por onde o rio não passa. Estou convencido, ao contrário, de que a política é necessária, mas creio que, para comunicar valores autênticos, ela tem de respeitar a ‘ponte’ que une cada um destes valores a Deus», explicou.

«No desempenho dos diferentes papéis, a política tem necessidade da religião; ao contrário, quando Deus é ignorado, a capacidade de respeitar o direito e de reconhecer o bem comum começa a desvanecer-se», acrescentou.
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Segundo Bertone, «para dirigir a globalização, a política não precisa apenas de uma ética inspirada na religião, mas sim que essa religião seja racional. Também por isso, a política precisa do cristianismo».
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«O cristianismo promove valores que não deveriam ser etiquetados como ‘católicos’ e, portanto, ‘parciais’, aceitáveis apenas para quem compartilha esta fé», apontou, porque «a verdade desses valores está em sua correspondência com a natureza do homem e portanto, com sua verdade e dignidade».

Em conseqüência, acrescentou, «quem os sustenta não busca estabelecer um regime confessional, mas simplesmente é consciente de que a legalidade encontra sua raiz última na moralidade, e que esta, para ser plenamente humana, não pode deixar de respeitar a mensagem procedente da natureza da pessoa, porque nela está inscrito também seu ‘dever ser’».
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À luz disso, a freqüência das intervenções da Igreja na defesa dos «valores não-negociáveis», acrescenta o cardeal, «não deve ser interpretada como uma ingerência indevida em um âmbito que não lhe é próprio», mas como «uma ajuda para fazer crescer uma consciência reta e iluminada, e por isso mesmo, mais livre e responsável».

«A Igreja não busca nem o aplauso nem a popularidade, porque Cristo a envia ao mundo ‘para servir’ e não ‘para ser servida’; não quer ‘ganhar a toda custa’, mas convencer, ou pelo menos ‘alertar’ os fiéis e todas as pessoas de boa vontade sobre os riscos que o homem corre quando se afasta da verdade sobre si mesmo», concluiu.

Fonte - Zenit
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