quinta-feira, 2 de outubro de 2008
Status de superpotência dos EUA está ameaçado
A crise econômica global deve abalar o status dos Estados Unidos como única superpotência da atualidade.
Do ponto de vista prático, os Estados Unidos estão militarmente no limite, com operações no Iraque e no Afeganistão – e, agora, estão também financeiramente no limite.
Do ponto de vista filosófico, vai ficar mais difícil para os americanos defenderem o livre mercado em um momento em que o seu próprio mercado entrou em colapso.
Alguns já vêem o atual momento como crucial.
O filósofo político John Gray, que recentemente se aposentou da prestigiada faculdade de ciências sociais London School of Economics, em Londres, deu seu ponto de vista em um artigo no jornal britânico The Observer: "Temos aqui uma histórica mudança geopolítica, na qual o balanço de poder do mundo está sendo alterado de forma irreversível".
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Nem todos concordam que o apocalipse americano chegou. Afinal de contas, o sistema passou por testes no passado.
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..., parece de fato que o conceito de uma superpotência sem concorrentes, que se tornou verdadeiro após o colapso do comunismo (e o suposto fim da história) não é mais válido.
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Até mesmo os mais destacados pensadores neoconservadores reconhecem que um mundo mais multipolar está surgindo, mas um em que a posição americana será de liderança.
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"O mundo hoje se parece mais com o do século 19 do que com o do final do século 20."
"Aqueles que imaginam que isso é uma boa notícia devem se lembrar que a ordem mundial no século 19 não chegou ao fim tão bem quando a Guerra Fria."
"Para evitar esse destino, os Estados Unidos e outras nações democráticas precisam ter uma visão mais iluminada e generosa de seus interesses do que eles tinham durante a Guerra Fria. Os Estados Unidos, no papel da mais forte democracia, não devem se opor a um mundo de reduzida soberania, mas dar boas-vindas a ele.”
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Niblett, entretanto, acredita que é preciso esperar um pouco antes de anunciar um veredicto, já que estruturalmente os Estados Unidos ainda têm força.
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"Mesmo suas dívidas atuais podem ser revertidas. Eles têm uma enorme resiliência econômica, o que se vê na produção local e no surgimento de novos empreendimentos."
"E há quem possa perguntar – os Estados Unidos estão em decadência em relação a quem? A China está em uma corrida desesperada de crescimento para alimentar sua população e, com isso, evitar transtornos civis em 15 ou 20 anos. A Rússia não é exatamente inofensiva, mas está ampliando seus limites com uma nova estratégia assentada em uma base frágil. A Índia tem imensas contradições internas. A Europa tem, em geral, se mostrado incapaz de sair da estagnação com o dinamismo dos Estados Unidos.”
"Mas os Estados Unidos precisam reencontrar seu caminho nas finanças e o quão bem conseguirem fazer isso vai determinar como será sua capacidade militar. Se tiverem menos dinheiro, terão menos tropas."
Com a eleição presidencial americana se aproximando, valerá a pena voltar ao assunto dentro de um ano para verificar como o mundo vai estar - e qual será o lugar dos Estados Unidos nele.
Fonte - BBC
Nota DDP: Sejam quais forem os fatores a serem considerados daqui para frente em relação aos EUA, especialmente no que concerne aos demais integrantes do quadro profético, temos por certo neste momento de transição uma visão clara da possibilidade dos eventos finais se consumarem.