Para Keyler Carvalho Rocha, economista da Universidade de São Paulo (USP), afirmar que as bolsas americanas perderam US$ 1,2 trilhão num só dia (segunda-feira, 29) é uma "meia verdade", visando desencadear um "efeito psicológico".
"Essas não foram perdas reais", pontua o professor da USP. "Houve uma depreciação no valor das ações, mas as perdas só se concretizam quando as ações são vendidas", diz.
Naquela noite, o presidente George W. Bush se pronunciou à nação, argumentando que aquele não era o dinheiro apenas dos mega investidores, mas também do cidadão comum de classe média, por exemplo, aqueles que têm suas aposentadorias investidas em fundos de pensão.
A situação se reverteu quando o Senado aprovou, por 74 votos a 25, na quarta-feira, 1, a nova versão do pacote de salvamento da crise financeira. Amanhã, o texto será submetido à nova apreciação da Câmara dos Representantes. Na última segunda-feira, os deputados rejeitaram o plano de US$ 700 bilhões proposto por Bush.
Agora, o plano aprovado prevê US$ 850 bilhões de ajuda ao sistema financeiro - US$ 150 bilhões a mais que o montante originalmente previsto, referentes a uma isenção tributária que atingirá mais de 25 milhões de americanos de classe média.
Edgard Pereira, do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), avalia que o pacote tem um efeito "sinalizador e psicológico" sobre o sistema financeiro que, segundo ele, "tem instituições saudáveis, mas que não têm confiança que os tomadores de crédito paguem ao final".
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Fonte - Terra Magazine
Nota DDP: A questão é: Qual a intenção? Sim, porque valeria a pena os EUA sinalizarem tanta fragilidade externamente e tanta falta de liderança internamente, só para que Bush conseguisse a liberação destas verbas? É para isso que ele supervalorou o rombo? Não creio.