quinta-feira, 30 de abril de 2009

Heavy Metal: anticristo superstar

O anticristo foi a inspiração suprema do heavy metal, praticamente o único estilo musical a abordar o tema. Claro que o blues, com suas histórias das encruzilhadas e contratos assinados com o demo e os Rolling Stones com a música "Sympathy for the Devil", já falavam um pouco do assunto, mas não com a força e a dedicação do metal. E tudo começou com o Black Sabbath, banda inglesa da cidade industrial de Birmingham, que definiu os novos padrões de se fazer música pesada. A influência do tema veio do cinema. O baixista Geezer Butler ficou fascinado quando viu pessoas numa fila de cinema pagando ingresso para ficarem com medo, assustadas com um filme de terror. O nome do filme? Black Sabbath. Então ele quiz fazer o mesmo, mas em vez de usar os filmes, usou a música. A letra da primeira música que dá nome à banda e o primeiro disco mostram todo o mal que o grupo queria expressar nas suas histórias.

Com o sucesso do Black Sabbath, muitas bandas começaram a escrever sobre o ocultismo, inclusive o guitarrista Jimmy Page, do Led Zeppelin, que até comprou o castelo onde morou o mago Aleister Crowley. Do qual, dizem as histórias, Page e Ozzy Osbourne eram discípulos.

Depois, veio o Iron Maiden, que escreveu o disco "The Number of the Beast" baseado no livro do Apocalipse, da Bíblia. Ozzy Osbourne também continuou com o tema em sua carreira solo e até bandas como Deep Purple, Blue Oster Cult e Uriah Heep beberam da água "benta" do metal negro.

Mas foi no começo da década de 80 que o ocultismo veio com força total e várias bandas passaram a utilizar a magia negra como tema para suas letras. São vários os exemplos, mas vou citar apenas algumas bandas que me influenciaram. Creio que a mais "maléfica" que surgiu foi o Venom. Esta banda, também inglesa da cidade de Newcastle, surgiu com letras explícitas e blasfêmias por todo o lado. Em 1981, eles lançaram o disco "Welcome to Hell" e no ano seguinte o disco "Black Metal" que deu nome a um novo movimento musical.

O Slayer, banda norte-mericana de thrash metal, escreveu temas magistrais, pesados e sangrentos como por exemplo o clássico "Reign in Blood", música de mesmo nome do álbum lançado em 1986.

Muitas outras gerações de músicos acabaram utilizando essa forma de poesia, que combinou muito bem com as guitarras pesadas, baterias ultra rápidas e vocais guturais. Bandas que, com o passar do tempo, fizeram um som cada vez mais extremo e agressivo.

A região gelada da Escandinávia, mais precisamente na Noruega, mostrou um metal que ultrapassou os limites da ficção e da arte. Bandas como Mayhem, Immortal, Darkthrone, Emperor, Burzum levaram o satanismo à sério. Algumas delas tornarem-se bandas fundamentalistas e levaram a crença nos temas das letras a um nível absurdo.

Alguns músicos realmente acreditavam ser anjos do mal ou até mesmo o próprio Satanás em pessoa. As consequências dessa estupidez foram igrejas queimadas, brigas e, infelizmente, assassinatos. Um exemplo disso é a morte do músico Euronymous, integrante das bandas Burzum e Mayhem. Ele foi assassinado por seu colega de Burzum Varg Vikernes, em 1993, por "diferenças ideológicas".

Creio que o limite entre a fantasia e a realidade deve ser respeitado, independentemente do estilo, e que a música não deve servir de refúgio aos ignorantes.

(Andreas Kisser, guitarrista do grupo Sepultura, no Yahoo Notícias)

Fonte - Michelson Borges

Nota DDP: A postagem supra transcrita é propícia para que se entenda melhor esta questão que o articulista original fixou como "limite entre a fantasia e a realidade". O quanto exposto, entenda-se, nada tem de fantasia, mas muito de realidade, motivo pelo qual o limite invocado, não existe.

Sugiro seja assistido o documentário "Mecanismos malignos" de um camarada chamado Lenon Honor. É de se pensar que alguém que não conheça toda extensão do Grande Conflito, tenha identificado tantas nuances do mesmo em um pequeno vídeoclipe musical, mesmo possuindo claramente diverso entendimento filosófico dos cristãos.

Infelizmente a chamada indústria do "entretenimento", encaixa-se como uma luva nas palavras do Mestre: "Quem comigo não ajunta espalha" e "quem não é por mim é contra mim".

Ignorar isso pode ser um grande problema.

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