Será que a mídia – TV, rádio, jornais, revistas, internet – participa do surgimento de distúrbios comportamentais nas pessoas? Gravidez indesejada, sexualidade precoce, doenças sexualmente transmitidas, dependências químicas, depressão, transtornos de ansiedade, violência, podem ser, entre outros fatores, facilitados pela mídia? Estudos revelam que jovens que assistem muitos programas de TV carregados de cenas de sexo apresentam duas vezes mais chances de relacionamentos que terminam em gravidez do que os que não os assistem. A exposição precoce ao sexo na mídia facilita a gravidez indesejada e faz com que o início da vida sexual seja muito antecipado. Ter órgãos sexuais prontos para a relação sexual não é o mesmo que ter a mente pronta para isso e para as consequências disso. Os jovens adolescentes não estão prontos emocionalmente para sexo.
A sociedade se tornou pornográfica. Muito, infelizmente. Pornografia destrói um monte de coisas, desde a mente do praticante dela, até famílias. Programas humorísticos na TV, que antes eram “familiares” porque apresentavam algum humor “inocente”, hoje são carregados quase que totalmente de sensualidade e exposição sexual. Uma deseducação liberada e depravada. A censura do que destrói preserva a liberdade e a sanidade.
Jovens pré-adolescentes e adolescentes de ambos os sexos, estão sendo afetados negativamente apresentando estresse, ansiedade exagerada e tristeza importante por causa da sexualização prematura e também pelo estilo de vida materialista. São jovens que se sentem forçados a crescer precocemente tanto para “produzirem sexo” quanto dinheiro no mercado de trabalho. Tudo o que é precoce tem um preço. Seja no reino vegetal ou animal. Cada coisa tem seu tempo apropriado, mas se você força para estar pronto antes do timing, alterações negativas ocorrem na saúde.
Seria melhor para as crianças viverem livres em meio à natureza até os 6 ou 7 anos de idade, educadas pelos pais em casa ao invés de serem confinadas em creches. Os pais que entendem com o coração e a razão iluminada pela verdade do sentido não materialista da vida, podem decidir ganhar menos dinheiro e proteger seus filhos cuidando deles em casa com uma educação equilibrada.
Quanto menos exposição à má mídia, melhor para as crianças e todos. Preserva a mente de artificialidades que a destroem. Uma equipe de cientistas psicólogos liderada por Bjarne Holmes e Kimberly Johnson de uma universidade de Edimburgo, analisou 40 comédias românticas mais assistidas entre 1995 e 2005 em filmes e lidas em revistas e chegaram à conclusão de que elas oferecem uma falsa ideia de “amor perfeito” ou “alma gêmea” que poderia ser encontrada na vida.
As pessoas viciadas em novelas românticas perdem a capacidade de ter saudável comunicação com seus companheiros porque pendem para um mundo ilusório. Esses cientistas sugerem que a mídia fornece uma forte influência negativa na mente das pessoas através desses romances porque as mensagens passadas são as de que é possível encontrar pessoas perfeitas, sexo perfeito, “alguém” perfeito para você a ponto de não ser preciso conversar sobre os problemas, resolver as diferenças, lutar pela felicidade através da compreensão melhor de si e do outro.
Também a equipe de psicólogos verificou que apesar de a maioria das pessoas entender que não é realista encontrar um relacionamento perfeito, as imagens e conceitos da mídia exploradora e divulgadora de romances “perfeitos” exercem forte poder mental nas pessoas e isso de uma forma um tanto inconsciente. Esses romances não mostram a realidade de que um bom relacionamento leva anos para ser construído e exige de cada pessoa um trabalho individual de autocrescimento emocional.
As lesões na vida humana originadas na mídia são inevitáveis no que diz respeito à mídia comercial cujo interesse máximo é a produção de dinheiro, custe o que custar. Mas tem jeito se você resistir, selecionar o que é saudável e optar por ler, assistir, pensar e meditar no que produz bons pensamentos, emoções equilibradas e ações construtivas. A esperança é que temos a capacidade de escolha.
(Cesar Vasconcellos de Souza, Portal Natural)
Fonte - Michelson Borges