quarta-feira, 29 de abril de 2009

Gripe suína: surto... ou mais do que isso?


Desde algumas semanas atrás, o mundo inteiro tem desviado a sua atenção da grave crise económica que atravessa, e tem observado, com relativa apreensão, uma nova ameaça ao bem-estar do ser humano: a gripe suína.

Um pouco por toda a parte se ouvem notícias, acerca de como o problema está a ser enfrentado: o México anunciou várias mortes devido ao vírus H1N1, para mais tarde reduzir o número para sete pessoas; as autoridades americanas anunciaram o agravamento da situação no país; o presidente americano Barack Obama prometeu 1,15 milhões de dólares para combater o (previsível) flagelo; vários países cancelaram as viagens para o México; a União Europeia reuniu de imediato os seus Ministros da Saúde...

Enfim, os responsáveis governamentais tomaram as primeiras iniciativas de combate ao problema, algumas mais rigorosas do que outras.

Perante tais atitudes, poderíamos pensar que se trata da primeira vez que as autoridades (de saúde e governos mundiais) se deparam com este problema. Mas não é...

Antes de elaborar sobre o assunto, gostaria de fazer um ponto prévio. Até agora, tenho estado algo renitente em abordar este assunto. Não por falta de convicção, mas talvez de provas e fontes inequívocas... Até que me dei conta, que para aquele que é o meu raciocínio sobre este assunto, dificilmente encontraria evidências indiscutivelmente palpáveis, concretas e irrefutáveis.

Foi então que, finalmente, encontrei alguém que dá voz a uma linha de raciocínio que torna, se não evidente pelo menos possível, o meu conceito que este surto da gripe suína não é tanto uma doença ou pandemia, mas mais do que isso, uma estratégia.

Vamos ao dados. Ron Paul, congressista americano, formado também na área da medicina, o que para o caso é bastante relevante, serve no Congresso dos Estados Unidos desde 1976. Curiosamente, nesse mesmo ano, a gripe suína foi um dos assuntos que passaram pela ordem de trabalhos...

Ron Paul conta: 'fizemos uma votação sobre a gripe suína. Na altura havia pânico e alguns diziam que iria arrasar a nação. Rapidamente apareceram umas vacinas e a proposta de inocular toda a população, salvando o mundo deste desastre'.

Paul, foi um dos dois únicos congressistas (o outro também era... médico) que se opuseram ao programa nacional de vacinação sugerido em 1976. Paul considerou esse programa 'um chocante mau uso de fundos e uma manobra política diabólica'.

O congressista continua com o relato dizendo que 'a gripe veio, foi-se, e apenas uma pessoa morreu, exceto aquelas que faleceram vítimas... da vacina que foi distribuída'.

O surto de 1976, sabe-se, foi originado na base militar de Fort Dix, New Jersey, EUA. Ali, a administração da vacina acabou por provocar 500 casos de síndrome de Guilain-Barre e não foi achada eficaz no combate à gripe suína. Ah, e não houve a temida pandemia...

Na sequência, um programa de vacinação nacional foi mesmo instituído pelo presidente Gerald Ford e pelo Secretário de Defesa Donald Rumsfeld, que sempre foi (e ainda é hoje...) ligado ao ramo das empresas farmacêuticas! Vejamos alguns pormenores interessantes...

a) Entre 1977 (relembro que o surto incial de gripe suína foi em 1976) e 1985, Ramsfeld foi CEO da G.D. Searle, uma empresa da Pfizer, uma companhia farmacêutica mundial...;

b) Em Setembro de 2004, Rumsfeld era titular de ações e interesses na Gilead Science que podem valer até 25 milhões de dólares;

c) Rumsfeld foi administrador da Gilead Sciences desde 1997 até 2001; caro leitor, saiba que esta empresa detém a patente do Tamiflu, um dos poucos medicamentos julgados aptos para combater a gripe suína...;

d) Rumsfeld é membro ativo do Clube Bilderberg (anteriormente mencionado neste blogue), onde teve grande influência, por exemplo, na política de invasão do Iraque.

Com a sua intervenção, Ron Paul não pretende desvalorizar os cuidados que se devem tomar com o atual surto, mas contrapõe com toda a lógica: 'o ano passado, nos EUA, houve 13.000 casos de tuberculose, que mataram centenas de pessoas, ao passo que a gripe suína ainda não matou uma única neste país'. (1)

Aqui está um testemunho recente de Ron Paul sobre o assunto (em inglês).



Talvez mais significativa é a sua opinião (relembro que estamos a falar de um congressista americano com mais de 30 anos de experiência) de que este poderá ser um motivo para 'reforçar os poderes governamentais'. Ele referia-se às declarações de Janet Napolitano, Secretária do Departamento de Segurança Interna dos EUA, que disse ter este departamento do governo americano 'começado a monitorizar passivamente as pessoas que chegam ao país', tendo em conta a possível pandemia.

Já não é segredo para ninguém que as piores doenças são usadas sabiamente pelos poderosos mundiais. Veja-se como a sida impede dramaticamente o crescimento económico do continente africano, ou como a gripe das aves atinge principalmente o sudeste asiático, zona do mundo com um enorme potencial de desenvolvimento.

Algum leitor poderá julgar que estas são evidências mais do que concretas que não estamos apenas perante um surto gripal, mas que existem motivos económicos e de governação bem delineados por detrás desta questão. Embora faça essa sugestão, quero deixar qualquer conclusão ao critério de cada um.

(1) n.d.r.: neste momento, acaba de ser anunciada a primeira morte em solo americano.

Fonte - O Tempo Final

Nota DDP: Interessantíssimo contraponto elaborado pelo irmão Filipe Reis. Reflexão por demais apropriada, até porque ainda não sabemos quais as opções que podem ser propostas nos próximos dias em escala mundial.
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