quinta-feira, 30 de abril de 2009

A grande crise ainda está por chegar


As cifras mostrando lucros dos grandes bancos norte-americanos, neste primeiro trimestre, não combinam com as cifras dos aumentos do desemprego e da queda das bolsas de valores. Essas cifras levemente positivas foram festejadas muito cedo.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um prejuízo para os bancos da ordem de 2,7 bilhões de dólares, 500 milhões de dólares a mais do que estava previsto anteriormente. Segundo Doanl Kalff, ex-executivo do primeiro escalão da Shell e KLM, a crise vai aumentar. É esperar para ver, e no segundo semestre deste ano tudo vai piorar.

Falsas hipotecas
A crise financeira começou com as falsas hipotecas que nunca eram pagas e com a queda do preço dos imóveis, não compensando a venda para o pagamento da dívida contraída pelos moradores. Calote total e prejuízo total, pois as empresas de seguro não tinham como desovar o estoque de residências vazias. E, sem mais crédito, as pessoas não conseguem sair da crise. Muitas estão morando literalmente na rua.

Nesse segundo semestre, segundo Kalff, vão aumentar as dívidas de cartão de crédito, principalmente porque as pessoas estão perdendo o emprego e não têm como pagar suas contas.

Muitos edifícios ficaram vazios e as hipotecas sem pagamento. O mesmo ocorreu com escritórios e shopping centers que agora estão vazios porque ninguém consegue pagar os aluguéis, com a clientela pouco comprando, pois estão sem dinheiro e sem crédito.

Pequenas prefeituras estão à beira da falência, pois baixaram os impostos diante da crise. Por incrível que pareça um sistema de proteção contra falências, chamado de CDS, que funciona bem e protege empresas e clientes em tempos de bonança na economia, agora ameaça falir, pois não tem como pagar tantas empresas no buraco.

Cópias
Essas empresas copiaram o sistema de hipotecas contagiadas e os investimentos e produtos foram vendidos até vinte vezes. Os asseguradores se esqueceram (ou não quiseram, por ganância), eles mesmos de se assegurar. Estes papéis de investimento hoje já não valem nada, são só papéis, como os jornais.

O ex-professor e economista holandês Jaap van Duijn diz que o que Kalff mostra são as consequências da crise econômica, principalmente para o setor financeiro. Há ainda o problema das empresas e particulares que sofreram com o desemprego e a falência das indústrias e do comércio.

Mas ele não concorda com o executivo da Shell de que não exista mais dinheiro para aparar parte da crise neste segundo semestre. Segundo o professor, as autoridades governamentais terão de seguir bombeando dinheiro vivo para evitar a recessão. Se não conseguir evitar, há de se fazer que seja temporária e não de longa duração. Para ambos, o segundo semestre deste ano será ainda pior que o primeiro.

Fonte - Radio Nederland

Nota DDP: Tenho visto pessoas alardeando que a crise acabou e que o controle sobre a mesma chegou. Tenho visto pessoas dizendo que o pior ainda não veio, como neste artigo.

A Revista Veja desta semana faz o questionamento: "e o quando o efeito da injeção de capital acabar?"

Está aí uma outra grande dúvida para dissiparmos nos próximos meses...
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