Tübingen é uma pequena cidade próxima de Estugarda. Aqui cruzaram-se, nos anos sessenta, as vidas de dois membros da igreja católica. Foi nessa década que o teólogo Hans Küng convidou o amigo Josef Ratzinger, o actual Papa Bento XVI, para ensinar na Universidade Católica. Chocado com a revolta estudantil de 1968 Ratzinger assume convicções conservadoras enquanto Hans Küng, visto como uma estrela da teologia europeia, se torna num crítico acérrimo da hierarquia dentro da igreja, exigindo o fim do celibato e a aceitação dos métodos contraceptivos.
Küng e Ratzinger participaram no Concílio Vaticano II, o maior “abanão” na Igreja Católica do século XX, um símbolo da chegada do mundo moderno e do diálogo entre religiões e diferentes convicções.
Do século XX ao XXI as posições mudaram. Küng tem uma opinião firme sobre as atitudes e declarações controversas do Papa.
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É um dos arquitectos do Concílio Vaticano II, participou nele. Acha que, hoje, corre-se o risco da Igreja dar um passo a trás, regressar à Idade Média? Acha que as reformas do Vaticano II podem ser postas em causa?
Sim, absolutamente. A Igreja Católica dirige-se, mais uma vez, à Idade Média, o período da contra-reforma e do anti-modernismo.
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Fonte - Euronews