Organização «Eu (co) mundo» quer desenvolvimento sustentável e respeitador do ambiente, com um contributo ecuménico
Assumir o desenvolvimento numa perspectiva ecuménica e mostrar que a religião intervém nos principais problemas no mundo é o objectivo de quatro organizações que se juntaram, criando o nome comum «Eu (co) mundo», para a iniciativa os «Dias do Desenvolvimento», a decorrer em Lisboa.
A Fundação Gonçalo da Silveira, a Antena Portuguesa da Rede Fé e Justiça Europa-África (AEFJN), a Comissão Justiça e Paz dos Institutos Religiosos Portugueses (CIRP) e o Desafio Miqueias querem mostrar que a fé pode ser o motor de intervenção na sociedade, em especial numa questão “urgente e premente” como é o ambiente, explica à Agência ECCLESIA Pe. José Augusto Leitão da AEFJN.
A partir do trabalho conjunto “as várias Igrejas poderão ganhar formação ecológica”. Aliando esta sensibilização à fé que cada Igreja tem, “podemos ser co-criadores” e “não podemos ficar indiferentes”.
Mudar mentalidades, costumes, formas de trabalhar são caminhos a desenvolver na formação para que o futuro climático seja sustentável.
“Se não agirmos agora, as consequências podem ser catastróficas”, enfatiza.
Não é a primeira vez que as quatro instituições se juntam, numa perspectiva ecuménica, para intervir na sociedade e junto do poder político. Anteriormente, as instituições estiveram juntas em matérias como a pobreza ou nos acordos de parceria económica entre a União Europeia e os países da ACP (África, Caraíbas e Pacífico).
O conhecimento mútuo vem, por isso, de longa data. Os responsáveis explicam não haver “razão para trabalharmos isoladamente”.
O Pe. José Augusto Leitão aponta que, ao nível da cooperação e do desenvolvimento, todas as Igrejas têm feito um trabalho “extraordinário, sustentável, com abrangência”, estando presentes em locais “onde outras organizações ou mesmo o Estado não consegue”.
Este é um trabalho “silencioso e sem propaganda”, barato e sustentável porque “as pessoas estão no terreno e dão continuidade aos projectos”.
No final de tarde desta Quarta-feira, o grupo promove uma mesa-redonda sobre «Implicações globais de decisões locais». Em análise estarão quatro pontos de vista sobre um tema “fundamental na globalização”.
“Nada do que decidimos a nível local fica limitado. As consequências globais são evidentes, de forma mais notada a nível económico e financeiro, mas também é verdade a nível do ambiente e no combate contra a pobreza”, afirma o sacerdote.
A segunda edição dos «Dias do Desenvolvimento», que se conclui hoje, tem como tema “Por um Mundo Sustentável – Desenvolvimento e Recursos, colocando em discussão a Água e o Combate à Pobreza; as Energias Alternativas e o Desenvolvimento Económico e Sustentável; a Gestão dos Recursos e o respeito pelo Meio Ambiente; o Desafio Alimentar; a Eficácia da Ajuda; Saúde e o Desenvolvimento Humano.
“Os Dias do Desenvolvimento”, uma iniciativa do IPAD, pretendem continuar o caminho de reflexão, intercâmbio e divulgação de actividades de cooperação desenvolvidas por entidades portuguesas públicas e privadas, nomeadamente, associações empresariais, escolas, universidades, fundações, câmaras municipais, organizações da sociedade civil, entre as quais ONGD's.
Fonte - Ecclesia