segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Três tremores em 15 dias levam japoneses a aumentarem preparativos para o 'Grande Terremoto'

TÓQUIO - Crianças brincando sozinhas nos parquinhos da cidade, bicicletas estacionadas sem cadeado nas ruas, lojas e restaurantes cheios e dados econômicos indicando que o Japão começa a sair da recessão. O verão em Tóquio é tranquilo e, aparentemente, seguro, não fosse por um problema: a terra anda tremendo mais do que deveria. Em 15 dias foram registrados três tremores no país - dois deles fortemente sentidos na capital, que tem a maior concentração urbana do mundo. Os últimos sismos voltaram a fazer o país discutir os preparativos para um terremoto de proporções catastróficas, mostra reportagem da correspondente Cláudia Sarmento, publicada na edição deste domingo do jornal O GLOBO. Trata-se de um velho fantasma que ganha formas mais concretas cada vez que o solo japonês balança.

Especialistas afirmam que um grande terremoto no Japão é questão de tempo. Cientistas declararam nos últimos dias que a recente atividade sísmica poderia indicar que o tremor esperado desde a década de 70 está próximo. A Agência Meteorológica do Japão (AMJ), órgão que monitora a possibilidade de desastres naturais, desmente a existência de provas científicas sobre a iminência de um abalo devastador, mas confirma a alta probabilidade de que isso possa ocorrer nos próximos anos. O desastre já tem nome: Terremoto Tokai, uma referência à área a sudoeste de Tóquio que seria atingida em cheio.
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Sites do governo falam em 87% de chance de um violento terremoto sacudir a região de Tokai nos próximos 30 anos - previsão revista anualmente. Segundo as estimativas, a intensidade seria de oito pontos, mais de nove mil pessoas morreriam e os prejuízos à segunda economia do mundo chegariam a US$ 386 bilhões. A responsável pela catástrofe seria a falha de Nankai, que se movimenta produzindo grandes tremores a cada 118 anos. O último na área, com magnitude de 8,4, pontos na escala Richter foi em 1854. Cada tremor mais intenso é visto como um ensaio para o Tokai, ou o Grande Terremoto, como os japoneses se referem a ele. No último dia 11, a província de Shizuoka, onde vivem 50 mil brasileiros, enfrentou o teste. A terra tremeu (6,4 pontos), matou uma pessoa, feriu 123 e danificou 5.200 construções.

Fonte - O Globo


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