BELO HORIZONTE - Se o planeta não reduzir em até 80% a emissão de gás carbônico na atmosfera até 2020, e não até 2050, como está estabelecido, em breve teremos verdadeiras tragédias nunca antes vistas. Grande parte da população mundial corre o risco de desaparecer. A previsão sombria é da diretora e coordenadora da State of the World Forum/Brasil 2020, Emília Queiroga Barros. A conferência mundial Brasil 2020 acontece até a próxima sexta-feira em Belo Horizonte.
No encontro, mais de 150 cientistas e especialistas de várias nacionalidades, divididos em pequenos grupos, discutem os estragos provocados pelo aquecimento global e tentam traçar metas para a redução imediata dos gases que provocam o efeito-estufa.
- É como se a Terra estivesse com febre. A pessoa quando tem a temperatura aumentada em 0,5º C, ela já começa a não se sentir bem. Assim é o planeta. Já estamos sentindo todos os efeitos desse aumento da temperatura. No Rio de Janeiro, por exemplo, e em outras cidades do litoral brasileiro, há estudos que indicam um aumento de 0,5 cm do nível do mar. Isso já traz transtornos incalculáveis. Já há cidades desaparecendo - explica Emília.
A diretora e coordenadora da conferência traça, juntamente com o presidente do Earth Policy Institute, Lester Brown, um futuro, no qual, em pouco tempo a escassez de água e de alimentos tornará a sobrevivência insuportável.
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Brown ainda faz uma previsão nada animadora. - Se nada for feito e houver as alterações climáticas que imaginamos, não vamos conseguir antecipar as medidas, e se fôssemos capazes de prever, não conseguiríamos fazer o necessário a tempo. As camadas de gelo na Groelândia têm uma 1 milha de espessura. Se essas placas derreterem o nível do mar vai subir 7 m, a maioria das cidades litorâneas desaparecerão - explicou.
Com esse fenômeno cada vez mais próximo e certo, a previsão é de que a maior parte da população mundial, que hoje vive em cidades litorâneas, migre para o interior dos países.
Fonte - Jornal do Brasil