Exposição de motivos: Muito tem se debatido acerca da impropriedade de se traçar qualquer paralelo entre o templo do AT e a Igreja nestes últimos dias. É imperativo observar que esta separação é a pedra de toque que orienta inúmeras justificativas para novas práticas no culto ao Senhor. Embora obviamente o alinhamento não seja total, entendo que o erro está em se excluir todos os marcos, algo comum nestes dias. Neste pensar, trago a parte final de recente artigo publicado no Advir de lavra do Pr. Vanderlei Dornelles:
O templo terrestre é uma representação em dois sentidos. Ele aponta para o Messias vindouro, mas também retrata a santidade do santuário celestial, onde os filhos de Deus serão recebidos por ocasião das “bodas do Cordeiro” (Ap 19:1, 7,8, 7:9), e quando com harpas cantarão o “cântico novo” (Ap 14:2-3). A “noiva” que se “atavia” para as bodas é a igreja que se prepara para estar lá, na presença de Deus, para o louvor no próprio santuário celestial.
Ellen G. White diz que “da santidade atribuída ao santuário terrestre os cristãos devem aprender como considerar o lugar onde o Senhor propõe encontrar-se com seu povo”. Ela acrescenta que “as coisas sagradas e preciosas, destinadas a prender-nos a Deus, estão quase perdendo sua influência sobre nosso espírito e coração, sendo rebaixadas ao nível das coisas comuns”. E por fim, compara, “para a alma crente e humilde, a casa de Deus na Terra é como a porta do Céu. Os cânticos de louvor, a oração, a palavra ministrada pelos embaixadores do Senhor, são os meios que Deus proveu para preparar um povo para a assembléia lá do alto, para a reunião sublime à qual coisa alguma que contamine poderá ser admitida” (TS, II, 193).
Acrescente-se:
"É um fato deplorável que a reverência pela casa de Deus esteja quase extinta. As coisas e lugares sagrados já não se discernem; as coisas santas e elevadas não são apreciadas. Não haverá uma causa para essa falta de legítima piedade nas famílias? Não será acaso porque a elevada norma da religião esteja abatida até ao pó? Deus deu a Seu povo na antiguidade regras precisas e exatas sobre ordem. Porventura terá mudado? Não será Ele mais o Altíssimo e Todo-poderoso que domina sobre o Universo? Não conviria lermos as instruções que Deus mesmo Se dignou dar aos antigos hebreus para que nós, que temos a Verdade gloriosa irradiando sobre nós, os imitemos em sua reverência para com a casa de Deus? Temos motivos de sobra... para ser mais ponderados e reverentes em nosso culto do que os judeus. Mas o inimigo tem estado a trabalhar, a fim de destruir nossa fé na santidade do culto cristão." (Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 198)
Para pensar: Se no tempo de EGW a reverência estava quase extinta, não se discerniam as coisas e lugares sagrados, além do santo e elevado não ser apreciado, qual seriam as condições para os nossos dias? Não estaria em tempo de novamente "lermos as instruções" e "imitar" os hebreus em relação à casa do Senhor, ao revés de se defender que não há paralelo a ser considerado entre templo e Igreja?
"O inimigo tem estado a trabalhar, a fim de destruir nossa fé na santidade do culto cristão".