O aval do Parlamento irlandês para a realização de um novo plebiscito sobre o Tratado de Lisboa, em outubro, reabriu as discussões sobre o futuro presidente da União Europeia. O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, nome mais cogitado ao posto, tem agora o apoio oficial do governo trabalhista, embora ainda negue sua candidatura. Entre os especialistas, a questão é se Blair, hoje impopular e ex-líder de um partido em crise, seria o nome forte que a União Europeia precisa.
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Afastado do governo britânico há dois anos, e desgastado pela defesa da Guerra do Iraque, Blair teria na presidência da UE a oportunidade de lustrar sua imagem pública, hoje envolvida na mediação inglória do conflito entre israelenses e palestinos. Essa ambição, mesmo não assumida, porém, enfrenta críticas.
"Qualquer detentor deste cargo será suscetível de tentar centralizar o poder em Bruxelas", disse William Hage, porta-voz do Partido Conservador . "Nas mãos de um operador ambicioso como Tony Blair, isso é quase uma certeza. Ele deveria ficar longe deste emprego."
Em função das críticas, Blair deve enfrentar a concorrência de nomes como o de Felipe Gonzáles, ex-chefe de governo da Espanha. E o britânico tem pontos fracos. Mesmo pró-Europa, Blair é oriundo de um país onde o euroceticismo é crescente, e está marcado na memória dos admiradores da UE como o homem que manteve as barreiras à circulação de pessoas e impediu a adesão do país ao euro, preservando a libra esterlina.
Fonte - Estadão
Nota DDP: Para se entender os motivos de se acompanhar os passos do ex-primeiro ministro inglês, veja por exemplo:
- Tony Blair diz: religião é fundamental na política
- O salto de fé de Tony Blair
- Blair quer unir cristianismo, judaísmo e islamismo após deixar vida política