Por Gerard Wynn LONDRES (Reuters) - O mundo só poderá alimentar a população adicional de 2,3 bilhões de pessoas até 2050 por meio da conservação da água e do aumento da produtividade no campo, disse nesta sexta-feira o diretor do Instituto Internacional de Gerenciamento de Água, Colin Chartres. A entidade tem sua sede no Sri Lanka.
O desafio para abastecer populações maiores, com estilo ocidental de alimentação e cada vez mais demanda por biocombustíveis, se mistura à ameaça aos suprimentos de água para irrigação por causa das mudanças climáticas e da competição das cidades pelo produto, disse Colin Chartres.
As respostas dependem do aumento da produtividade das lavouras e do uso mais cuidadoso da água em países vulneráveis, especialmente os gigantes em desenvolvimento na Ásia, a China e a Índia.
"Se você olhar as tendências atuais, verá que precisaremos de muito mais água, e nós não temos," disse Chartres à Reuters, em Londres, antes do lançamento de um relatório do instituto sobre revitalização da irrigação na Ásia, durante a Semana Mundial da Água, na semana que vem, em Estocolmo.
"Em 2050, será preciso cerca do dobro da quantidade de alimento e forragens e do dobro de água que temos agora. Muitos países usam de 70 a 90 por cento de sua água na agricultura. Minha hipótese é que esse porcentual se reduzirá para 60 a 70 por cento por causa da competição para outros usos, tais como a urbanização."
"Até 2030 a demanda vai exceder o fornecimento de água na Índia em torno de 20 a 40 por cento. No momento a demanda é um pouco menor do que o suprimento," disse ele.
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A crescente adesão a dietas alimentares no estilo ocidental está inflando a demanda por água. Chartres citou uma estimativa de que uma dieta vegetariana requer cerca de 2.000 litros de água por dia em comparação com 5.000 litros de uma dieta baseada em carne.
Fonte - Último Segundo
Nota DDP: Veja também alguns dados interessantes em "Qual será o futuro de nossos netos?". Independentemente dos motivos do discurso ou dos fundamentos relacionados às questões ambientais, as previsões parecem não ser das mais otimistas para um espaço de tempo um tanto quanto curto.