ROMA, quarta-feira, 11 de março de 2009 (ZENIT.org).- O cardeal americano James Francis Stafford, penitenciário maior, fez nesta quarta-feira um convite a que os banqueiros assumam a responsabilidade nesta crise financeira e econômica e peçam perdão.
O purpurado que preside o tribunal vaticano fez estas declarações aos microfones da Rádio Vaticano à margem do curso sobre fórum interno (questões de consciência) que se está celebrando em Roma.
O curso procura formar os sacerdotes diante de casos de consciência muito complexos e delicados que hoje devem enfrentar.
«Nosso mundo é complexo – afirma. Pensemos no mundo econômico, que agora é chamado de global: os pecados neste mundo econômico e global são diferentes em sua complexidade e profundidade com relação ao passado.»
«Por exemplo – acrescenta –, esta crise econômica está arraigada na falta de respeito, por parte dos líderes do mundo, pelas demais pessoas. Os banqueiros devem assumir responsabilidades morais e pedir de Deus o perdão por estes pecados complexos.»
Segundo o cardeal, «é importante descobrir a dimensão teológica e pastoral do pecado», que «não é uma ofensa contra a lei, mas antes de tudo uma ofensa contra uma pessoa, uma pessoa divina, contra a Trindade de Deus e contra as pessoas humanas. É importante para nós, ministros ordenados, redescobrir a fé quando indicamos que Jesus Cristo é o Salvador, o Redentor de nossos pecados».
Este tribunal da Santa Sé nasceu no século XII, com a tarefa fundamental de receber a confissão dos pecados, em nome do Papa, que só podiam ser perdoados diretamente por ele, dada sua gravidade, ou para conceder dispensas e graças reservadas ao Sumo Pontífice.
A constituição apostólica Pastor Bonus que rege a Cúria Romana, publicada por João Paulo II, confirma que a competência do Tribunal da Penitenciaria compreende tudo o que se refere ao fórum interno (as questões de consciência), assim como tudo o que corresponde às indulgências.
Fonte - Zenit
Nota DDP: O retorno ao passado continua e o discurso sobre a "Volta das indulgências" agora começa a fazer mais sentido. Quando se fala em ofensa ao divino e ao humano, indiretamente se imputada desobediência aos mandamentos, uma vez que estes em seu conjunto tratam de formatar estas relações.