quinta-feira, 26 de março de 2009

Porque será Durão Barroso reconduzido como presidente da Comissão Europeia?

Durão Barroso foi oficialmente formalizado como o candidato do Partido Popular Europeu (PPE) à presidência da Comissão Europeia por mais cinco anos. A decisão, unânime, foi tomada pelos chefes de governos que integram o PPE: França, Alemanha, Itália, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Polónia, Malta e Roménia, reunidos em Bruxelas, Bélgica.

No cargo desde 2004, Durão Barroso será eleito para um segundo mandato, com início agendado para 1 de novembro, desde que os partidos do PPE ganhem as eleições europeias, em junho, o que é tido como altamente provável.

O social-democrata português abandonou repentinamente em 2004 o cargo de Primeiro-ministro português para assumir a presidência da Comissão Europeia, provocando grande instabilidade política no país.

A notícia da (mais que eventual) recondução de Durão Barroso teve eco um pouco por toda a imprensa desde Portugal a um pouco por toda a Europa (ver Público, Jornal de Notícias, Expresso, RTÉ, Euronews, Finanzas, Times of Malta, The Earth Times, France 24, Libération).

É interessante verificar que mesmo políticos de esquerda (Primeiro-ministro português José Sócrates) e centro-esquerda (Primeiro-ministro britânico Gordon Brown) apoiam Durão Barroso, candidato pela ala direita europeia.

Porque tem tão grande apoio? Porque será Durão Barroso reconduzido como presidente da Comissão Europeia?

José Manuel Durão Barroso é tido - nas altas esferas da governação europeia e mundial - como o perfeito instrumento do Clube Bilderberg.

Este clube é uma conferência anual não-oficial cuja participação é restrita a um número de 130 convidados, muitos dos quais são personalidades influentes no mundo empresarial, académico, mediático ou político. Reúne-se anualmente, sempre em segredo, em hotéis de cinco estrelas reservados para a ocasião, geralmente na Europa, embora algumas vezes tenha ocorrido no Estados Unidos e Canadá.

A intenção inicial do Clube de Bilderberg era promover um consenso entre a Europa Ocidental e a América do Norte através de reuniões informais entre indivíduos poderosos.

A localização da reunião anual não é secreta, e a agenda e a lista de participantes são facilmente encontradas pelo público; mas os temas das reuniões são mantidos em segredo e os participantes assumem um compromisso de não divulgar o que foi discutido.

A alegação oficial do Clube de Bilderberg é de que o sigilo previniria que os temas discutidos, e a respetiva vinculação das declarações a cada membro participante, estariam a salvo da manipulação pelos principais órgãos de imprensa e do repúdio generalizado que seria causado na população.

A teoria que mais se opõe à estratégia oficial diz que o Clube Bilderberg tem o propósito de criar um governo totalitário mundial.

Onde é que, especificamente, Durão Barroso entra no meio deste esquema? Reproduzo uma entrevista concedida há cerca de três anos ao Semanário por Daniel Estulin, um dos principais ativistas e denunciadores do Clube Bilderberg (os negritos são de minha autoria, para destaque específico).

'Daniel Estulin, que investiga o clube de Bilderberg há treze anos, fala sobre os portugueses que têm participado nas suas reuniões, na crise política de 2004 em Portugal e da influência de Bilderberg na escolha de Durão Barroso para presidente da Comissão Europeia. (...)

Quais os portugueses que participaram na reunião de Bilderberg de Stresa, em 2004?

Francisco Pinto Balsemão (n.d.r.: ex-Primeiro-ministro, empresário com fortíssima influência na área dos mídia), Pedro Santana Lopes (n.d.r.: ex-Primeiro-ministro) e José Sócrates (n.d.r.: atual Primeiro-ministro). A lista de participantes portugueses ao longo dos anos é bastante extensa, se considerarmos o tamanho do país.

Nessa reunião, face ao poderio e influência de Bilderberg e ao fato de ser um clube predominantemente europeu e americano, alguém defendeu Durão Barroso para presidente da Comissão Europeia? Recordo--lhe que Durão foi escolhido para a Comissão dias depois da reunião de Bilderberg.

Torna-se importante compreender que é irrelevante quem ocupa a cadeira de presidente da Comissão Europeia. Durão Barroso representa os interesses do "governo mundial".

Tanto Kissinger como Rockefeller (n.d.r.: proeminentes membros do Clube Bilderberg) apoiaram energicamente a candidatura de Durão Barroso para aquele posto. Barroso também foi amplamente apoiado pelos bilderbergers americanos em Stresa, por este ter apoiado a intervenção americana no Iraque. No entanto, Durão foi resguardado. Recorda-se da tão criticada cimeira dos Açores, justamente antes da Guerra do Iraque? O consenso na altura foi no sentido de não considerar Durão Barroso um verdadeiro participante na cimeira. Agora, começa tudo a fazer sentido. Ele foi afastado para tornar a sua nomeação para a Comissão Europeia mais apelativa. Desta forma, ele não fica ligado ao fiasco iraquiano.

Outro dos apoiantes de Barroso foi John Edwards, candidato a vice-presidente dos EUA, com John Kerry, que também esteve presente nas reuniões de Bilderberg. Como nota de referência, tenho relatórios de várias fontes internas da reunião de Bilderberg que referem a fraca capacidade oral e a fraca personalidade de Barroso. Decidiu-se mesmo limitar as suas aparições em público ao mínimo. Kissinger, um membro permanente de Bilderberg, chegou ao ponto de o chamar, "off the record", "indiscutivelmente o pior Primeiro-ministro na recente história política. Mas será o nosso homem na Europa".'

(A versão total publicada online da entrevista - na qual Estulin fala sobre outros assuntos - pode ser encontrada aqui.)

O 'pior Primeiro-minsitro da história recente'?! 'Fraca personalidade'?!

Para nos ajudar a perceber melhor, vejamos um excerto da notícia publicada no Semanário sobre a recandidatura de Durão Barroso (novamente, os negritos são de minha autoria, para destaque específico): 'tal como aconteceu em 2004, Barroso acaba por ser o homem útil ao sistema. Quem apostou nele há cinco anos, decididamente que hoje não se arrepende. Barroso é um excelente executor, que não levanta ondas e que não é inconveniente nem irreverente politicamente.'

O mesmo artigo refere que 'o apoio de Brown (n.d.r.: Primeiro-ministro inglês) pode ter sido indiciador, desde logo, da luz verde de Washington à reeleição de Barroso'.

Não nos deixemos iludir; o mundo e as suas mais importantes decisões são controladas por um grupo muito restrito de poderosos que, quer na sombra quer declaradamente, traça do rumo dos principais acontecimentos políticos, sociais, e económicos.

No entanto, não é debaixo do governo dos homens que o cristão se deve refugiar!

'Vede aqui vos tenho ensinado estatutos e juízos. Guardai-os, pois, e fazei-os, porque esta será a vossa sabedoria e o vosso entendimento perante os olhos dos povos que ouvirão todos estes estatutos e dirão: só este grande povo é gente sábia e inteligente. Porque, que gente há tão grande, que tenha deuses tão chegados como o Senhor, nosso Deus, todas as vezes que o chamamos? E que gente há tão grande, que tenha estatutos e juízos tão justos como toda esta lei que hoje dou perante vós? Tão-somente guarda-te a ti mesmo e guarda bem a tua alma, que te não esqueças daquelas coisas que os teus olhos têm visto, e se não apartem do teu coração todos os dias da tua vida, e as farás saber a teus filhos e aos filhos de teus filhos.' (Deuteronómio 4:5-9)

Sim, Deus é o governante soberano no qual podemos e devemos confiar!

Filipe Reis

P.S.: um excelente artigo sobre a relação do cristão com a política pode ser lido aqui.

Fonte - Blog Nisto Cremos
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