terça-feira, 21 de julho de 2009

Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis

Rick Warren disse para a Sociedade Islâmica da América do Norte na semana passada que ele não está interessado em diálogo inter-religioso. Ele está interessado somente em projetos inter-religiosos.
...
"...concordo com Rick Warren que “diálogo inter-religioso” é perda de tempo. Há somente quatro tipos de relacionamento que os cristãos precisam ter com descrentes, de acordo com a Bíblia:

* Precisamos orar por eles (Mateus 5:44)

* Precisamos evangelizá-los de modo que eles conheçam a verdadeira natureza de Deus e comecem um relacionamento real com Ele e tenham uma chance de obter a vida eternal (Marcos 16:15)

* Se tudo isso falhar, precisamos nos separar deles para a nossa própria proteção (1 Reis 8:53)

* Precisamos resgatar os descrentes que caem cativos e são forçados a viver sob seu jugo de opressão e a ameaça de morte, como Abraão fez com seu sobrinho Ló (Gênesis 14)

Será que não estou conseguindo entender algo? Talvez sim. Mas não consigo encontrar uma única referência bíblica que sugira que os crentes precisam desenvolver projetos de obras públicas com descrentes. Pode parecer bom. Pode agradar aos ouvidos. Pode aparentemente fazer sentido de uma perspectiva do mundo. Mas a Palavra de Deus não sugere que devemos, como sugere Rick Warren, tentar nos unir com os descrentes para “lidar como uma equipe” com os problemas do mundo.

Não há simplesmente nenhum precedente bíblico para isso.
...
Como somos instruídos em 2 Coríntios 6:14: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?”

Fonte - World Net Daily

Nota DDP: O auxiliar da lição da escola sabatina da última semana trazia as seguintes considerações, ao tratar do texto de I João 1:6:

“Se dissermos que mantemos comunhão com Ele e andarmos nas trevas, mentimos” (v. 6). O evangelho exige coerência entre discurso e prática, profissão e conduta, adoração e comunhão. Não podemos dizer que temos comunhão com Deus e ter uma vida contrária à Sua vontade (veja também 2Co 6:14). Essa vida incompatível nos faz mentirosos, e somos julgados por ser filhos das trevas. Por outro lado, “se andarmos na luz” e mantivermos nossa “comunhão uns com os outros”, daremos testemunho de que nossos pecados foram purificados pelo sangue de Jesus Cristo (v. 7), e permanecemos na luz.

Diz o Comentário Bíblico Adventista acerca da questão do chamado "jugo desigual":

Não vos unais.

Esta passagem (cap. 6: 14 a 7: 1) constitui um extenso parêntese, o que é comum nos escritos de Paulo. Trata-se de uma advertência na contramão de qualquer classe de associação com incrédulos, que colocariam os cristãos em situações onde lhes seria difícil, se não impossível, evitar a transigencia com seus princípios. Esta proibição inclui a relação matrimonial (ver com. cap. 7: 1), mas de jeito nenhum se reduz a ela. A admoestação desta passagem quiçá foi à mente de Paulo devido a seu conselho registrado no cap. 6: 12-13: não ser de coração estreito e egoísta. Se assim foi, o propósito do apóstolo era não dar aos corintios nenhum motivo para concluir que seu amplo coração devia ser tão amplo que pudessem manter estreita relação com os incrédulos. O fato de que o vers. 14 começa com as palavras "não vos unais", indica que Paulo principalmente pensava no futuro e não no passado.

Em jugo desigual.

O prefixo hetero indica pessoas de diferente classe (cf. com. Mat. 6: 24). Em vista de que Paulo se está dirigindo aos membros da igreja de Corinto como cristãos, os outros aos quais faz referência não são cristãos. O princípio aqui exposto é similar ao de Exo. 34: 16; Deut. 7: 1-3; cf. Lev. 19: 19; Deut. 22: 10. A diferença em ideais e em conduta entre os cristãos e os que não o são, entre crentes e incrédulos, é tão grande, que estabelecer qualquer relação estreita com eles, seja em casamento, em negócios ou de outra maneira, faz que inevitavelmente o cristão se enfrente à alternativa de quebrantar um princípio ou de sofrer as dificuldades ocasionadas por diferença de crenças e conduta. Participar numa união tal é desobedecer a Deus e transigir com o diabo. A necessidade de manter-se longe do pecado e dos pecadores se apresenta explicitamente nas Escrituras (Lev. 20: 24; Núm. 6: 3; Heb. 7: 26; etc.). Nenhum outro princípio foi mais estritamente prescrito por Deus. A violação deste princípio ao longo de toda a história do povo de Deus, resultou inevitavelmente num desastre espiritual.

Com os incrédulos.

Para os que não aceitam a Cristo como seu Salvador, e seus ensinos como sua norma de crença e conduta, são uma necessidade dos ideais, princípios e as práticas do cristianismo (1 Cor. 1: 18). Aos incrédulos, devido ao conceito que têm da vida, com freqüência lhes é sumamente difícil aceitar uma norma de conduta que tenda a restringir sua forma de viver ou lhes demonstre que seus conceitos e práticas são questionáveis ou inferiores. Paulo não proíbe toda relação com os incrédulos, senão só as que tendessem a diminuir o amor do cristão a Deus, a adulterar a pureza de sua perspectiva da vida, ou o induzisse a desviar-se de uma estrita norma de conduta. Os cristãos não devem apartar-se de seus parentes e amigos não crentes, senão relacionar-se com eles como exemplos viventes de cristianismo prático, para ganhá-los para Cristo (1 Cor. 5: 9-10; 7: 12; 10: 27). A pergunta decisiva é: Deve o cristão relacionar-se com os incrédulos porque o atraem as modalidades do mundo, ou por um sincero desejo de ser uma bênção para eles e ganhá-los para Cristo? Uma segunda pergunta -e não de menor importância para o cristão- é a seguinte: Qual influência é provável que prevaleça, a de Cristo ou a de Satanás? No entanto, quando se trata de uma relação tão estreita como o casal, o cristão que verdadeiramente ama ao Senhor em nenhuma circunstância se unirá com um incrédulo, ainda que tenha a nobre esperança de ganhá-lo para Cristo, o que em outras circunstâncias sim seria digno de elogio.

Se se procede na contramão do sábio conselho que aqui apresenta o apóstolo, o resultado, quase sem exceção, será uma decepção. Os que prefiram obedecer este conselho, podem esperar que desfrutarão do favor de Deus de uma maneira especial, e descobrirão que ele tem preparado para eles algo que ultrapassa em muito todos os planos que se pudessem ter traçado.

Que companheirismo?

Paulo faz cinco perguntas retóricas cujas respostas são óbvias (vers. 14-16) para destacar a irreconciliável oposição que há entre o jugo de Cristo e o mundo. Desse modo se proíbe toda união em que o caráter, as crenças e os interesses do cristão percam um pouco de seu caráter distintivo e integridade. Um cristão não deve entabular com o mundo relação alguma que exija uma claudicação de sua parte. Traça-se claramente a linha de demarcação entre (1) a justiça e a injustiça, (2) a luz e as trevas, (3) Cristo e Satanás, (4) a fé e a incredulidade, (5) o templo de Deus e o templo dos ídolos.

Interessante meditação, em um tempo em que muito se transige acerca das possibilidades a serem consideradas para fins de evangelismo, ou até mesmo para atos de ajuda ao próximo, como se a separação do sacro e do profano não fossem necessárias ou, muito pior, que Deus precisasse das ferramentas do diabo para salvar ou sustentar Seus filhos.

[Tradução - Júlio Severo]
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