Caritas in Veritate no atual debate filosófico-social
QUERÉTARO, quarta-feira, 22 de julho de 2009 (ZENIT.org-El Observador).- A encíclica social de Bento XVI, "Caritas in veritate" aborda o âmbito de saberes como a política, a economia ou as teorias sobre a globalização para entrar em cheio no debate filosófico-social contemporâneo, explica um filósofo.
Para aproximar-nos dessas intuições do novo documento pontifício Zenit e El Observador entrevista Rodrigo Guerra López, doutor em Filosofia pela Academia Internacional do Principado de Liechtenstein, membro da Academia Pontifícia para a Vida, e diretor do Centro de Pesquisa Social Avançada (www.cisav.org).
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A nova encíclica do Papa não pretende competir com as análises que a partir da teoria social se realizam sobre a situação que guarda o desenvolvimento no contexto do mundo globalizado. Contudo, Caritas in Veritate ingressa à discussão desde seu próprio estatuto: a Doutrina Social da Igreja.
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Por isso, atrevo-me a assinalar algo que não me deixa de surpreender: os bispos latino-americanos no documento de "Aparecida" abordaram praticamente todos os temas nucleares da encíclica de modo providencialmente antecipado.
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Fonte - Zenit
Caritas in veritate constata hegemonia da Igreja sobre ideologias
ROMA, 22 Jul. 09 / 10:31 am (ACI).- O Ministro da Saúde, Trabalho e Políticas Sociais da Itália, Maurizio Sacconi, assinalou que a nova encíclica social do Papa Bento XVI, Caritas in veritate, constitui um ponto de referência muito importante ante a crise econômica atual e constata, ademais, "uma renovada hegemonia cultural da Igreja ante as ideologias exaustas".
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"A doutrina social da Igreja confirma assim a confiança na economia social de mercado que sabe dar valor às pessoas no trabalho, aprecia –diremos nós laicamente– o capital humano e de tal modo gera competitividade e inclusão social", explica.
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Fonte - ACI Digital
Nota DDP: Um filósofo e um político com importantes considerações, especialmente em dois pontos: doutrina social da igreja e o documento de Aparecida, sendo os mesmos catalogados respectivamente como ponto de partida da discussão e núcleo do próprio documento em destaque.
Na prática o que isso significa? Vejamos:
- Doutrina social da igreja:
«Também, para os crentes, a finalidade última do trabalho é a edificação do Reino de Deus», acrescentou.
Para enfrentar estes «problemas complexos», o Papa propõe tomar como ponto de referência a doutrina social, exatamente como é apresentada pelo Catecismo da Igreja Católica e sobretudo pelo Compêndio da Doutrina Social da Igreja.
«Hoje, mais que nunca, é necessário e urgente proclamar ‘o Evangelho do trabalho’, viver como cristãos no mundo do trabalho e converter-se em apóstolos entre os trabalhadores», assegura o Papa.
«Mas para cumprir com esta missão é necessário permanecer unidos a Cristo com a oração e com uma intensa vida sacramental, valorizando, com este objetivo, de maneira especial o domingo, que é o dia dedicado ao Senhor.» (Zenit)
- Documento de Aparecida:
Uma das características da grande missão que se quer desenvolver na América Latina a partir da Conferência de Aparecida é despertar nos fiéis a consciência da importância fundamental que o domingo tem para os cristãos e, nesse sentido, a centralidade da Eucaristia.
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Uma delas, elogiada por Bento XVI na carta que dirigiu ao CELAM autorizando a publicação do Documento de Aparecida, dia 10 de julho, é justamente a prioridade da Eucaristia e a santificação do Dia do Senhor nos programas pastorais.
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O presidente do CELAM comentou ainda sobre a importância fundamental do domingo, «um dia especial para o cristão». «É o dia que substituiu o sábado judaico. O domingo é o primeiro dia da semana, o termo significa Dia do Senhor. E para nós, Dia do Senhor é o dia do Ressuscitado, é o dia da ressurreição de Cristo», destacou. (Zenit)
Tais manifestações deixam muito claro o que significa a aceitação da encíclica recém lançada como paradigma para um novo modelo social/político/econômico.