segunda-feira, 8 de junho de 2009

Ameaça real

Gripe suína: infectologista Luiz Jacintho da Silva diz que vírus influenza vem se recombinando entre humanos, equinos, aves e suínos há muitos anos

O mundo foi imerso recentemente num thriller apocalíptico, daqueles que projetam um terrível futuro para a raça humana. Pessoas transitando com máscaras, como se o ar estivesse envenenado, viraram rotina. O responsável é o vírus influenza A, subtipo H1N1, que, pela combinação genética com cepas de origem animal, foi apelidado de gripe suína. Ou gripe A, como também é chamada, que colocou as autoridades de saúde em alerta máximo e provocou pânico em vários países, especialmente no México, seu epicentro.

Os doentes continuam a surgir, assim como as mortes, mas os ânimos arrefeceram, pois a transmissão não está sendo tão veloz quanto o esperado. O Brasil registrava até a última quarta-feira, 3 de junho (data do fechamento desta edição), 20 casos confirmados. O Ministério da Saúde afirma que “não há evidências de sustentabilidade de transmissão (do vírus) de pessoa para pessoa”. O recado é que não há motivo para alarme.

Mas é cedo para a tranquilidade absoluta, avisa o infectologista Luiz Jacintho da Silva, professor titular do Departamento de Clínica Médica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e ex-superintendente da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) de São Paulo. Um dos maiores especialistas brasileiros em epidemiologia, reconhecido internacionalmente, Jacintho considera que é forte a possibilidade de que o H1N1 venha a causar uma grave pandemia.

Atualmente licenciado da universidade e baseado nos Estados Unidos, onde lidera várias pesquisas, inclusive de vacinas, o médico também viaja com frequência pela Europa e Ásia (na data da entrevista, estava no Japão), acompanhando de perto os impactos do novo vírus pelo planeta.
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Fonte - Revista Metrópole
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