segunda-feira, 15 de junho de 2009

Ambiente: O tempo para mitigar a mudança climática está acabando


Roma, 15/06/2009 – Novas pesquisas cientificas sugerem que a mudança climática ocorre a um ritmo superior ao previsto, alertaram especialistas sexta-feira e sábado na capital italiana no fórum da Organização Global de Legisladores para o Equilíbrio Ambiental (Globe). “Estamos ficando sem tempo”, disse à IPS Ashok Khosla, presidente da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Khosla foi um dos participantes do fórum, que reuniu cerca de cem legisladores interessados em problemas ambientais dos 13 países que mais contaminam no mundo, bem como numerosos cientistas e especialistas.

Estes países pertencem ao Grupo dos Oito mais poderosos: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália, Japão e Rússia, bem como o grupo das nações em desenvolvimento que mais emitem gases causadores do efeito estufa, que são Brasil, China, Índia, México e África do Sul. A reunião da Globe foi preparatória para a cúpula do G-8 na Itália, entre 8 e 10 de julho, e buscou pressionar os governos para que discutam os termos do convenio que substituirá o Protocolo de Kyoto que expira em 2012.

Katherine Richardson, uma das principais biólogas marinhas que pesquisam o efeito da mudança climática sobre os oceanos, disse à IPS que “os níveis do mar estão aumentando 50% mais rápido do que o esperado pelo Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre Mudança Climática” (IPCC). “Se a humanidade não frear a mudança climática no futuro imediato, o nível do mar aumentará pelo menos um metro ate 2010”, agravando as catastróficas consequências já prognosticadas para os assentamentos humanos ao longo das costas, especialmente no mundo em desenvolvimento, afirmou a bióloga.

A acidez dos oceanos também aumenta rapidamente, destacou Katherine. Por isso, “se nada se fizer para deter o aquecimento global, até 2065 nenhuma região dos oceanos terá corais”, ressaltou a especialista. Esta degradação oceânica foi provocada pelo recente aumento das emissões de gases causadores do efeito estufa. “Nos últimos três ou quatro anos, as emissões estiveram acima das projeções estimadas. Desde 1990, aumentaram 17%”, acrescentou Katherine. Pelo Protocolo de Kyoto, os países industrializados acordaram reduzir em 5,2% suas emissões coletivas desses gases, em relação aos níveis de 1990.

O aumento de emissões é dramático porque “as sociedades e os ecossistemas são altamente vulneráveis até mesmo a níveis modestos de mudança climática. Será muito difícil para as comunidades contemporâneas enfrentar um aumento de dois graus na temperatura”, enfatizou Katherine. Por sua vez, Khosla disse que além desses dois graus, não se pode manter a concentração atmosférica de dióxido de carbono em menos de 400 partes por milhão. “Mas, já estamos em 387 partes por milhão. Praticamente não temos tempo para deter este crescimento das emissões de gases do efeito estufa”.
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Fonte - Envolverde

Nota DDP: Pouco tempo para medidas, previsões catastróficas e reuniões políticas e religiosas concomitantes à discussão de questões ambientais. Uma iniciativa de se parar um dia por semana por uma causa ambiental e uma encíclica social para ser veiculada. Coincidência?
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