"O declínio dos valores éticos pode levar ao colapso das leis do mercado". Esta frase data de 1985 e foi escrita pelo Papa Bento XVI, na altura Cardeal Joseph Ratzinger. 24 anos após esta "profecia financeira", como lhe chamou o ministro das Finanças italiano, o Pontífice publica a primeira Encíclica sobre economia. "Caritas in Veritate".
"Caritas in Veritate" é o primeiro documento oficial do Papa Bento XVI sobre economia e deverá ser publicado ainda este mês (a data mais provável é 29 de Junho). A sua publicação tem sido adiada devido à grave crise económica e financeira que tem afectado o mundo inteiro.
De acordo com a agência Bloomberg, o Papa Bento XVI trabalhou durante dois anos nesta obra. Esta obra inclui as lições, que segundo Bento XVI, podem ser retiradas da actual crise financeira e as suas reflexões sobre a pobreza, escritas após a sua visita a África, no passado mês de Março.
Esta crise financeira "mostra que os paradigmas económicos e financeiros que dominaram nos últimos anos devem ser repensados", afirmou o Papa no início do mês de Junho durante um discurso dirigido aos membros da Fundação Centesimus Annus Pró Pontice, criado em 1991 pelo Papa João Paulo II com o objectivo de promover a doutrina social.
Durante este discurso, Bento XVI referiu, ainda, que a sua Encíclica sobre economia iria ser publicada em breve.
Profecia financeira
Em Novembro de 2008, o ministro das Finanças italiano, Giulio Tremonti, afirmou que o Papa foi o primeiro a prever a actual crise financeira, referindo-se a um texto publicado por Bento XVI quando ainda era cardeal.
No texto "Economia de Mercado e Ética", que data de 1985, o então cardel Ratzinger escreveu que "o declínio dos valores éticos pode levar ao colapso das leis do mercado".
Fonte - Jornal de Negócios
Nota DDP: Não é a primeira vez que tal veículo de comunicação faz referência a essa "profecia" de BXVI, como supra indicado. Seja como for, a nova encíclica deve mesmo trazer novas (ou velhas?) realidades que podem ser copiadas pelo mundo secular, dentre elas e, especialmente, a questão de um dia descanso unificado.