'Durão Barroso recebeu ontem à noite o apoio político de princípio dos lideres da União Europeia (UE) para um novo mandato de presidente da Comissão Europeia, mas vai ter de batalhar duramente para obter o apoio obrigatório do Parlamento Europeu (PE).
“Estou extremamente orgulhoso do apoio unânime que recebi. Mais que orgulhoso, estou comovido”, afirmou Barroso depois de a decisão ter sido tomada às primeiras horas de hoje e no final de um longo debate durante o jantar dos chefes de Estado ou de governo da UE. “Foi para mim um momento muito importante receber este apoio, com tais palavras de apoio e reconhecimento pelo trabalho que a Comissão tem feito”, acrescentou.
Apesar de o presidente da Comissão se ter batido, com o apoio de países como a Suécia ou Dinamarca, pela sua designação formal no quadro de uma decisão juridicamente vinculativa, os líderes preferiram limitar-se a um apoio de princípio de modo a poderem consultar primeiro o PE, que tem de aprovar formalmente a escolha.
Angela Merkel, chanceler alemã, resumiu o sentimento generalizado dos seus pares ao manifestar a esperança de que o PE possa proceder à eleição de Barroso já na sua sessão constitutiva de 14 de Julho de modo a permitir-lhe começar a preparar a equipa de comissários que assumirá funções no fim do ano.
Socialistas, verdes e liberais contestam no entanto este calendário, preferindo esperar pela previsível entrada em vigor do Tratado de Lisboa, no fim do ano, se, como esperado, os irlandeses votarem a favor da sua ratificação num novo referendo.
O PPE, a federação dos partidos conservadores que constitui o principal apoio de Barroso, acredita que será possível ir a votos em Julho, possivelmente no quadro de um acordo de legislatura, actualmente em negociações, com os socialistas.
De acordo com a decisão de ontem, se for possível constatar rapidamente a existência de uma maioria a favor do presidente da Comissão, a futura presidência sueca da UE, que assume funções a 1 de Julho, transformará o “apoio político” de ontem numa decisão juridicamente vinculativa através de um “procedimento escrito” entre todos os países, a tempo da realização do voto parlamentar a 15 de Julho.
Se não for possível, a confirmação de Barroso ficará adiada, no mínimo, para depois do Verão.'
Fonte: Público (negritos meus para destaque).
Veja também o pré-anúncio: 'UE abre porta a novo mandato de Durão Barroso'.