segunda-feira, 22 de junho de 2009

É possível dar testemunho da fé na política, explica o Papa

Vaticano, 20 Jun. 09 / 11:58 am (ACI).- Ao receber este meio-dia (hora local) aos membros da Fundação Alcide De Gasperi, o Papa Bento XVI destacou o exemplo deste grande estadista italiano e ressaltou como, havendo sido formado na “escola do Evangelho”, foi capaz de traduzir em atos concretos e coerentes a fé que professava” dentro do mundo da política.

Conforme informa Rádio Vaticano (RV), em seu discurso o Santo Padre evocou a este italiano que “em momentos históricos de profundas mudanças sociais na Itália e na Europa”, cheio de dificuldades, “soube prodigalizar-se eficazmente pelo bem comum”. Deste modo destacou que “formado na escola do Evangelho, Gasperi foi capaz de traduzir em atos concretos e coerentes a fé que professava. Espiritualidade e política foram duas dimensões que conviveram em sua pessoa caracterizando seu empenho social e espiritual”.

O Papa, precisa a RV, disse também que Gasperi com prudente clarividência guiou a reconstrução da Itália saída do fascismo e da Segunda guerra mundial, arriscando, valorosamente o caminho para o futuro. De fato, destacou que ele defendeu a liberdade e a democracia; relançou a imagem deste país no âmbito internacional; e promoveu o restabelecimento econômico abrindo-se à colaboração de todas as pessoas de boa vontade.

“Queridos amigos, eu gostaria de me deter ainda mais sobre esta personalidade que honrou à Igreja e a Itália, mas me limito a evidenciar sua reconhecida retidão moral, apoiada em sua indiscutida fidelidade aos valores humanos e cristãos, assim como a serena consciência moral que o guiou nas eleições da política”.

Depois de recordar que Gasperi faleceu em 19 de agosto de 1954, logo depois de ter murmurado três vezes o nome do Jesus, Bento XVI pediu rezar “pela alma deste estadista de fama internacional, que com sua ação política realizou um serviço à Igreja, à Itália e à Europa”.

Finalmente pediu ao "Senhor que a lembrança de sua experiência de governo e de seu testemunho cristão animem e estimulem aos que regem o destino da Itália e dos povos, especialmente para quantos se inspiram no Evangelho”.

Fonte - ACI Digital

Nota DDP: Política e bem comum derivados dos valores religiosos. Seria bom não tivesse por pressuposto os valores religiosos específicos da igreja romana. O discurso é recorrente e a separação entre estado e igreja vem sendo sistematicamente atacada, com base no argumento de uma "laicidade ativa". Mais do mesmo a partir de "Líderes religiosos dizem ao G8 que 'paz é possível'".

Outra nuance destas mesmas declarações:

O Santo Padre constatou que é verdade que “em alguns momentos, não faltaram dificuldades e inclusive incompreensões por parte do mundo eclesiástico, mas De Gasperi não vacilou em sua adesão à Igreja”.

“Dócil e obediente à Igreja – reconheceu o pontífice –, foi autônomo e responsável em suas opções políticas, sem usar a Igreja para fins políticos e sem ceder jamais nos compromissos com sua reta consciência.”
(Zenit)
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