quinta-feira, 4 de junho de 2009

Clube de Bilionários se Oferece Para Frear Superpopulação

As pessoas mais ricas dos Estados Unidos se encontram para discutir maneiras de acabar com a 'terrível' ameaça ambiental, social e política

Nota introdutória de Heitor de Paola: Clubes de bilionários e teorias da conspiração:

A simples menção da existência de conspirações para dominar o mundo através de um governo mundial constituído por uma elite de sábios que salvarão a humanidade de si própria, coloca o autor na categoria de maluco, excêntrico, paranóico, que sequer merece a mínima atenção. A idéia é afastada in limine, sem nenhum exame mais profundo da questão.

É claro que existem 'teorias' que falam de sociedades ultra-secretas com características mágicas malignas que dirigem o mundo através de poderes mentais excepcionais ou máquinas aterradoras. Ou conspirações de seres extraterrestres de desenvolvimento 'espiritual' superior. O corpo de elite unificado e não eletivo que é a essência da Nova Ordem Mundial provavelmente jamais passará de um ideal irrealizável por serem tantas as 'mãos secretas' concorrentes entre si, mas o embrião do Governo Mundial já está presente em nosso dia-a-dia e é comandado por uma elite afastada dos governos e parlamentos para não serem expostas à vontade popular. A melhor definição para ela é a do Conde Hugo Lerchenfeld, em 1924, na revista Foreign Affairs:

'Não poderia um grupo de homens de mérito e competentes, como é encontrado em todas as nações representando suas mais elevadas forças morais - um tipo de Areópago - se encontrarem e tomarem decisões sobre assuntos de grande importância sobre os quais não haja consenso? Não poderia ser constituído um Conselho cuja alta capacidade de julgamento e imparcialidade fosse tomada como verdade e que guiaria a opinião pública em todo o mundo?'

O Conde não sabia que alguns grupos como estes já existiam. Deter-me-ei apenas num, que estabeleceu a maioria dos paradigmas para os demais: o Cecil Bloc, mais tarde conhecido por outras denominações como Round Table Group, The Times Crowd e, principalmente, Milner Group. Foi fundado em diversas reuniões entre 1891 e 1903, pelo bilionário Cecil Rhodes que enriquecera com minas de ouro e diamante no sul da África - de seu nome deriva Rodésia, hoje dividida entre Zimbabwe e Zâmbia. Os métodos utilizados podem ser divididos em três grupos:

1. penetração tripla na política, na educação (aqui entram as Rhodes Scholarships que existem até hoje, e se constituíram na maior influência em Oxford e Cambridge) e no jornalismo (controlaram o The Times durante mais de 60 anos);

2. recrutamento de homens de grandes habilidades, todos ligados por alianças matrimoniais ou por gratidão por títulos ou posições de poder;

3. influência nas políticas públicas ao assumir posições de poder, sempre atraindo a menor atenção possível do público;

Através destas posições divulgaram a idéia da British Commonwealth of Nations, controlaram a administração de guerra de Lloyg George, deram a idéia da Liga das Nações e do sistema de mandatos no Oriente Médio, fundaram o Royal Institute of Foreign Affairs e comandaram a política de apaziguamento da Alemanha de 1920 a 1940.

Outras organizações importantes são a Fabian Society, o Clube Bilderberg, a ação frequentemente conjunta das grandes fundações (Ford, Rockfeller, Carnegie, Tides, Gates) e as instituições políticas multi e transnacionais: Trilateral Commission, Inter-American Dialogue e outras. As organizações revolucionárias que incluem uma miríade constituída por comunistas, trotskistas, anarquistas, etc.

Todas seguem um padrão de abertura/encobrimento: pode-se acessar qualquer uma delas (Open Conspiracy, de H G Wells é um exemplo), mas o que as protege da plena exposição é a aura de incredulidade que elas fomentam. Abertura e incredulidade são dois pólos dialéticos fundamentais: as pessoas sabem que existem, mas não conseguem acreditar no poder que elas têm. Principalmente no que toca ao financiamento das organizações revolucionárias pelas grandes corporações multibilionárias: é só acessar os sites específicos e lá estão os doadores, mas quase ninguém acredita pela dualidade esquerda - revolucionários, terceiro mundo, etc. - e direita - os ricos capitalistas que devem se opor aos primeiros.

Poucos se dão conta que os interesses pelo poder os une, levando Olavo de Carvalho a cunhar o termo metacapitalistas para designar aqueles ultra ricos, como Gates, Buffet, Rockfeler, citados no artigo abaixo.

[Fontes para Cecil Bloc: The Anglo-American Establishment e Trajedy & Hope, ambos de Carrol Quigley]

* * *

Clube de Bilionários se Oferece Para Frear Superpopulação
John Harlow

Alguns dos maiores bilionários americanos se encontraram secretamente com o fim de encontrar uma maneira de usar sua riqueza para reduzir o crescimento da população mundial e acelerar programas nas áreas de saúde e educação.

Os filantropos que estavam presentes na reunião promovida por iniciativa de Bill Gates, o co-fundador de Microsoft, consideraram a idéia de juntar suas forças para superar obstáculos políticos ou religiosos à mudança.

Descrito como o Good Club por um participante, se fizeram presentes David Rockefeller Jr, patriarca da maior dinastia americana, Warren Buffett e George Soros, os financistas, Michael Bloomberg, o prefeito de New York, e os magnatas dos meios de comunicação Ted Turner e Oprah Winfrey.

Todos estes e Bill Gates doaram mais de 45 bilhões de libras desde 1996 para causas que vão desde programas de saúde para países em desenvolvimento a escolas perto de casa nos guetos americanos.

O encontro foi na casa de Sir Paul Nurse, um bioquímico britânico, ganhador do prêmio Nobel e presidente da Rockefeller University, em Manhattan, no dia 5 de maio. O encontro era tão secreto que alguns de seus empregados acreditavam que eles estavam discutindo resoluções sobre garantias seguras de investimentos.

Stacy Palmer, editor do Chronicle of Philanthropy, disse que nunca houve uma reunião como aquela. "Nós só tomamos conhecimento depois, por acidente. Normalmente essas pessoas gostam de aparecer quando estão fazendo coisas boas, mas isso é diferente - talvez porque não queiram ser vistos como uma quadrilha global" disse ele.

No entanto, alguns detalhes surgiram essa semana. A alguns bilionários foi dado 15 minutos para apresentar suas causas favoritas. Durante o jantar eles discutiram como chegariam a uma umbrela cause, uma causa que pudesse abrigar o interesse de todos os presentes.

Os assuntos debatidos incluíam reformar a supervisão de ajuda externa para a criação de escolas rurais e sistemas de abastecimento de água em países do terceiro mundo. Todos concordaram com Gates que a superpopulação era a prioridade.

Isso poderia ser um desafio para alguns políticos do terceiro mundo que acreditam que a contracepção e a educação feminina enfraquecem os valores tradicionais.

Gates, 53 anos, que está doando a maior parte de sua fortuna, argumenta que famílias abastadas e livres da malária e da extrema pobreza, poderiam mudar seus hábitos e passar a ter menos filhos daqui a meia geração.

Numa conferência em Long Beach, Califórnia, fevereiro passado, ele fez um comentário parecido. "Projeções oficiais dizem que a população mundial chegará a um pico de 9.3 bilhões de pessoas [dos hoje 6.6 bilhões], mas com iniciativas de caridade, como 'planos de saúde especiais para os que tiverem menos filhos', nós achamos que podemos reduzir esse pico a 8.3 bilhões," disse Gates na ocasião.

Patricia Stonesifer, ex-presidente executiva da Bill and Melinda Gates Foundation, que doa mais de 2 bilhões de libras ao ano para "boas causas", estava presente na reunião promovida por Rockefeller. Ela disse que os bilionários se encontraram com o intuito de "discutir como aumentar as doações" e pretendem "continuar o diálogo" pelos próximos meses.

Um outro convidado disse que "não era tão cruel como um voto", mas que se chegou a um consenso de que eles apoiariam uma estratégia na qual o crescimento populacional fosse encarado como uma terrível ameaça ambiental, social e industrial.

"Essa perspectiva é tão atemorizante que o grupo concordou que as respostas precisam vir de pessoas de inteligência única", disse o convidado. "Eles precisam ser independentes de agências de governo, que não são capazes de enfrentar o desastre que se aproxima."

Por que todo o segredo? "Eles queriam falar de ricos para ricos, sem a preocupação de que nada do que dissessem fosse parar nos jornais, mostrando-os com uma alternativa ao governo mundial," disse ele.

Publicado no Sunday Times Online

Tradução: Frederico De Paola

Fonte - Mídia sem Máscara

Nota DDP: Já havia passado pelo tema no post "Paz e segurança"
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