Nairobi, 2 de novembro (Terramérica).- É evidente que a mudança climática apresenta graves riscos ambientais, econômicos e sociais. Contudo, também apresenta um desafio nunca visto ao conjunto de dirigentes mundiais. Poderão os governantes enfrentar esse desafio quando se reunirem em Copenhague, em dezembro, para negociar um novo acordo internacional sobre o problema climático? A concessão do prêmio Nobel da Paz ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, oferece esperança e representa um estímulo.
Desde que assumiu a Presidência, em janeiro deste ano, Obama demonstrou boa disposição para empregar o enorme poder de seu país no esforço para forjar um mundo mais pacífico, e enfatizou a importância da cooperação internacional, do compromisso diplomático e do respeito mútuo. Segundo sua visão, tudo é possível para quem está decidido a superar obstáculos. Todos esses princípios são essenciais para resolver o desafio climático.
A realidade do aquecimento global apresentará exigências sem precedentes a todos os países, tanto por causa dos milhões de refugiados econômicos e ambientais que chegarão às praias das nações ricas, como pela deterioração das florestas e dos sistemas agrícolas, além da ameaça de fome maciça entre os pobres.
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O problema climático é um desafio fundamental para a liderança mundial, que requer dirigentes honestos e de princípios, visionários e práticos, que transmitam a urgência das tarefas a empreender e preparem seus povos para enfrentar as duras alternativas e inevitáveis sacrifícios decorrentes da necessidade de se frear o aquecimento global. Esses dirigentes devem instrumentar políticas efetivas em beneficio das atuais e futuras gerações, e deixar de lado as soluções de rotina ou com o objetivo de apenas obter vantagens políticas de curto prazo. Esses líderes deveriam pedir aos seus povos a mesma lealdade, transparência, equidade e justiça que devem exigir de si mesmos.
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O prêmio Nobel da Paz dá a Obama uma oportunidade maior para incentivar o mundo para a cura de velhas e novas feridas e aprender a coexistir em paz. Quando receber o prêmio, no dia 10 de dezembro, a conferência mundial sobre o clima em Copenhague já estará em marcha. Esta é a grande ocasião para que os líderes mundiais demonstrem que entendem a natureza singular do desafio e que estão preparados para enfrentá-lo. Chegou a hora das decisões. A mudança climática não exige nada mais e nada menos.
Fonte - Envolverde
Nota DDP: Ver também "Merkel e Obama debatem alterações climáticas" e "ONU pressiona EUA a cortar gases-estufa para impulsionar acordo". Destaque:
"Precisamos de um alvo claro dos Estados Unidos em Copenhague", disse em coletiva de imprensa Yvo de Boer, chefe do Secretariado para as Mudanças Climáticas da ONU.
"Essa é uma peça essencial do quebra-cabeça."