segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Deus é a unidade e quer unidade

Augsburgo, 1º nov (RV) - Um marco no caminho rumo à unidade dos cristãos: celebrou-se neste sábado, em Augsburgo, na Alemanha, o 10º aniversário da Declaração conjunta da Igreja Católica e da Federação Luterana Mundial sobre a Doutrina da Justificação. O evento ecumênico teve também a participação do presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Walter Kasper.

"Deus é unidade e quer a unidade", "quer uma só Igreja como instrumento e sinal da unidade da humanidade": foi o que disse o purpurado alemão no discurso que fez, neste sábado, na celebração das Vésperas, realizada na Catedral de Augsburgo, no qual denunciou que "a separação das nossas Igrejas" é "um contra testemunho do Evangelho", "um escândalo".

Em seguida, o presidente do Pontifico Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos ressaltou o papel extraordinário do movimento ecumênico, que, afirmou, "não é obra do espírito do liberalismo e do indiferentismo", mas é "impulso do Espírito de Jesus Cristo, do Espírito Santo". Por isso, "devemos permanecer fiéis à opção ecumênica; não há alternativas" – observou.

O Cardeal Kasper disse ser obra do Espírito Santo também a assinatura da Declaração comum de Augsburgo, que colocou fim a um contraste que durou quase 500 anos.

"As críticas dessacralizadoras acerca de uma aparente estagnação no ecumenismo e o mísero derrotismo, que em termos hipócritas ressaltam somente o que ainda não se alcançou, esquecendo o que nos últimos anos nos foi conquistado, é, realmente, nua e crua ingratidão" – ponderou, sem rodeios, o purpurado alemão.

Portanto, é preciso agradecer a Deus de coração nesta celebração e repetir o que foi dito 10 anos atrás, por ocasião da assinatura: "Damos-nos as mãos e agora não mais as deixaremos, nunca mais nos separemos" – insistiu o Cardeal Kasper.

Por outro lado, o responsável pelo referido organismo vaticano ressaltou que é preciso "ser realistas" e conscientes de que "o caminho para reunir o povo de Deus ainda não acabou", e de que no caminho existem, por vezes, também obstáculos.

Por isso, fez votos de que "o ecumenismo seja, em primeiro lugar e, sobretudo, um ecumenismo da oração". A unidade – frisou – "é dom do Espírito Santo e fruto da oração", que significa também um ecumenismo da meditação orante comum da Bíblia.

Fonte - Radio Vaticano


Nota DDP: Ver também "Nunca mais nos separaremos".


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