segunda-feira, 28 de abril de 2008

Aja Agora, Coma Depois

O jornalista Jeffrey D. Sachs, da revista Time, discute no artigo “Act Now, Eat Later” (edição de 5 de maio de 2008, pág. 44) o problema da crise alimentar mundial apontando a quatro causas interligadas para o problema: a - a baixa produtividade crônica de fazendeiros em países pobres, incapazes de arcar com despesas de fertilizantes, sementes de qualidade e irrigação; b – a política negativa na Europa e Estados Unidos de subsidiar a produção de biocombustíveis (como o milho para uso em produção de etanol) às expensas de produção alimentar; c – a mudança climática, ilustrada pelas secas recentes na Austrália e Europa, que afetou a produção de grãos em 2005 e 2006; d – a crescente demanda mundial por alimentos dados o crescimento populacional e o aumento no padrão de vida de certas sociedades, como China e Índia, com maior poder de compra de tantas pessoas recém ingressadas nessa melhor condição econômica.

Daí o articulista oferece três sugestões quanto ao que poderia ser feito para superar o problema:

1 – Dar aos fazendeiros em países pobres acesso a sementes de alta produtividade e fertilizantes. Sugestão de criação de um “fundo internacional para que tais fazendeiros adquiram os instrumentos de que carecem para sustentação de seus cultivos, o que custaria ao mundo desenvolvido meros 10 dólares por pessoa anualmente”.

2 – Deter a onda de produção de biocombustíveis. Lembra ele que “conquanto necessitemos de formas alternativas de combustíveis, pagar nossos fazendeiros para encherem os tanques de combustível de nossos carros com seus cultivos (51 centavos de dólar por galão de etanol, nos EUA) é uma política insensata—e os resultados têm sido catastróficos para o mundo”.

3 – Ajudar os fazendeiros a protegerem seus cultivos da seca e outros desastres. Algumas salvaguardas simples, como açudes para colher água da chuva, pode fazer diferença entre uma colheita abundante e a fome causada por seca, acentua o articulista.

No último parágrafo ele analisa: “O que é verdadeiro para alimentos também o é para energia, água e outros recursos de crescente escassez. Podemos combater esses problemas—na medida em que ajamos rapidamente. Novas fontes de energia como a solar, e novas tecnologias que poupem energia, como automóveis híbridos e elétricos, podem ser desenvolvidos e mobilizados dentro de poucos anos. Criatórios de peixe ambientalmente adequados podem aliviar as pressões sobre os oceanos”.

E conclui, nas cláusulas finais de sua matéria, que a crise alimentar propicia não só uma advertência, como uma oportunidade. “Precisamos investir vastamente mais em desenvolvimento sustentável a fim de conseguir verdadeira segurança global e crescimento econômico”.
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Obs.: Será que as sugestões e apelos de Sachs terão a repercussão que seria ideal? Sobretudo, suas idéias bem intencionadas seriam factíveis ou, pelo menos, levadas em conta por políticos e tecnocratas pelas nações do mundo no curto período de tempo que ele sugere e a gravidade da situação requer?

Fonte - Foro Adventista
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