quinta-feira, 17 de abril de 2008

Sinal dos tempos

Reproduzo abaixo uma carta do Presidente Truman ao Papa Pio XII, afim de que se possa comparar, com absoluta certeza a influência da Igreja Romana nos EUA pouco mais de meio século depois. É facil se traçar um paralelo para mais de distintivo, quando o ora Presidente americano se dirige ao atual papa, como "Santo Padre" e "Sua Santidade"...
*****************************************************
CARTA AO PAPA PIO XII

Washington D.C.

Estimado Senhor Pacelli:

Como Batista e como Chefe Executivo da maior e mais poderosa nação do mundo, e na qual todos me chamam simplesmente “Senhor Truman”, eu não posso dirigir-me a você como “Sua Santidade” título que pertence somente a Deus.

Nós, nos Estados Unidos, consideramos a todos os homens como iguais perante Deus e nos dirigimos a eles por seus verdadeiros e próprios nomes. Portanto, eu devo dirigir-me a você simplesmente como “Sr. Pacelli”.

O povo que me elegeu como seu Chefe Executivo, é uma nação democrática, amante da paz. Portanto, meu dever é buscar a cooperação daqueles que tem dado provas de que realmente desejam a paz e trabalham para obtê-la; não daqueles que gritam paz e fomentam a guerra. Eu creio que nem você, nem sua igreja se encontram entre os que verdadeiramente buscam a paz e trabalham por ela.

Em primeiro lugar, os pais fundadores desta grande nação, conhecendo, pela história passada, a natureza de vossa Igreja amante da política e da guerra, assentaram como primeiro princípio de nosso governo, que não se permitiria em nossos assuntos nenhuma intromissão de vossa parte. Eles aprenderam bem esta lição da história Européia; e nós estamos convencidos de que nossa democracia não durará se nós nos enredamos, como o fizeram os governos da Europa, em vossas doutrinas e intrigas políticas.

Tomas Jeferson, uma dos mais sábios deste país, disse isto claramente quando declarou: “A história não nos proporciona nenhum exemplo de algum povo manejado pelos sacerdotes que mantenha um governo civíl livre”. Portanto, é você a última pessoa do mundo que pode instruir-me quanto à maneira de dirigir meu povo pelo caminho da paz.

Alguns quantos feitos podem ajudar a você para refrescar sua memória. Foi vosso predecessor no Vaticano, o Papa Pio XI, o que começou toda a agressão facista mediante os pactos lateranenses com Mussolini em 1929. Esta foi a data na qual a civilização cristã foi sujamente atraiçoada.

Esta foi a data em que começou o horror que tem deixado a Europa e o mundo na triste condição em que o vemos agora. Um notável escritor e historiador em nosso país, Lewis Mumford (que não é comunista, nem odeia os católicos), escreveu o seguinte em seu livro “Faith for Living”, livro que se publicou em 1940. “A traição ao mundo cristão se efetuou claramente em 1929, na Concordata que se efetuou entre Mussolini e o Papa.”

Também nos diz: “Desafortunadamente, os propósitos do facismo estão em profundo conflito com os de uma república livre como o é a dos Estados Unidos. Neste esforço a Igreja Católica...tem sido uma aliada, uma potente aliada, das forças da destruição.”

Nesse mesmo tempo, mui poucos de nós, os que vivemos nos Estados Unidos, conhecíamos a verdadeira natureza do facismo, como você e o Papa Pio XI devem haver conhecido, posto que vocês dois o fomentaram e aliaram vossa igreja com ele. Você mesmo foi especialmente preparado como jovem sacerdote e diplomático da igreja para o propósito específico de ajudar a Alemanha a preparar-se para as duas guerras mundiais.

Você e o Kaiser, desde a Suíça, urdiram intrigas contra os aliados durante a primeira Guerra Mundial. Você esteve doze anos na Alemanha durante a ascenção de Hitler ao poder. Você negociou com ele. Juntamente com o execrável Fritz Von Papen, um duplo papa, ajudou Hitler a subir ao poder e pôs sua assinatura como Eugenio Pacelli juntamente com a de Hitler no Concordato do Vaticano com o Reich de Hitler em 1933. Ninguém crerá que você não sabia bem que Hitler e seus nazis estavam formando um complô contra nós. O próprio biógrafo católico disse de você, que era durante anos “o homem melhor informado do Reich”.

Depois que você e Von Papen assinaram o Concordato que salpicou a Hitler de água benta, e lhe deu o empurrão que necessitava, vosso colega, Von Papen, que a duras penas escapou da forca de Nuremberg, jactou-se da seguinte maneira: “ O terceiro Reich, é o primeiro poder que não somente reconhece, senão que coloca em prática, os altos princípios do papado.”

Vossos cardeais e bispos em Roma abençoaram as armas de guerra contra os indefesos etíopes. Vosso cardeal Shuster, de Milão, proclamou o roubo de Etiópia, como uma cruzada santa “para levar em triunfo a Etiópia à cruz de Cristo”. E todavia chama você a sua Igreja “A igreja de Deus”, e pretende, como conseqüência, que eu, como cabeça de um Estado Civíl, admita a você como superior a mim e ao povo dos Estados Unidos.

Você fala com palavras melosas sobre justiça. Ao mesmo tempo você está chamando com os tambores a outra guerra, ainda mais terrível que as duas últimas, contra a Rússia que nos ajudou a derrotar a Hitler e Mussolini. Você está incitando aos Estados Unidos para que quanto antes vão à guerra contra Rússia, e você usa contra Rússia os mesmos gritos de combate que usaram Hitler e Mussolini para construir seus detestáveis e diabólicos regimes.

Você quer que desperdicemos nosso dinheiro e que enviemos nossos jovens americanos a uma morte horrível sobre os cadáveres de Hitler e Mussolini para terminar a luta que eles começaram com sua ajuda, e a quem nós derrotamos. Sim, os Estados Unidos desejam a paz. De todas as nações somente a nós ficou um pouco de prosperidade e decência.

Somos o baluarte das liberdades democráticas protestantes. Se nós, como Inglaterra protestante, nos debilitamos e perdemos nossa força, vossa “cultura católica” terá uma oportunidade de governar outra vez o mundo. Você facilmente poderá se aliar com a Rússia contra nós se nós perdêssemos ou ficássemos debilitados por uma guerra de tal natureza.

Vosso predecessor, o Papa Pio XI declarou publicamente que ele faria pacto com o “Mesmo Diabo”, se isto conviesse aos interesse de sua Igreja. Portanto, senhor Pacelli, é meu dever, como cabeça deste país predominantemente Protestante, rejeitar suas aventuras a guisa de uma aliança de pacto de paz. “Aqueles que comem no prato que o diabo está comendo devem usar uma colher muito comprida”. Eu continuarei buscando a paz como bom batista, sustentando os retos e honrados princípios protestantes que tem feito grande nossa nação, e trabalhando por eles.

Vosso sinceramente,

Harry S. Truman
Related Posts with Thumbnails